Menina que realizou aborto após ser estuprada pelo tio se recupera bem do procedimento, afirmam advogados
A informação foi repassada publicamente pela equipe de advogados da família da vítima de 10 anos
00:54 | Ago. 18, 2020
A criança de 10 anos que realizou um aborto neste domingo, 16, se recupera bem do procedimento de interrupção da gravidez. O aborto foi feito com amparo judicial e da Constituição Brasileira, após a menina ter engravidado depois de uma série de estupros cometidos pelo tio. Crimes ocorreram no Espírito Santo desde os 6 anos da menina. A informação sobre o estado de saúde da vítima foi atualizada na noite desta segunda-feira, 17, pelos advogados da família.
A equipe de defesa da menina afirmou que ela estava se recuperando do procedimento e sendo amparada pela família. Os advogados pontuaram ainda que como forma de proteger a integridade da vítima não iriam revelar maiores detalhes sobre o estado de recuperação da criança, onde ela estava hospedada e nem previsões sobre seu retorno ao Espírito Santo.
O posicionamento da equipe ocorreu por meio de divulgação de nota pública sobre o assunto. No texto, os advogados frisam que somente irão se posicionar por escrito como forma de assegurar o “direito constitucional à intimidade e à dignidade da criança” e que fariam o possível para resguardar a identidade e maiores informações pessoais da vítima.
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Eles fizeram ainda um apelo para que as pessoas de modo geral tivessem cuidado ao compartilhar informações sobre a criança, ou sobre eventuais decisões dos pais. “Não compartilhem qualquer tipo de informação”, pontua os advogados.
Eles destacam que no momento, a família, bem como a vítima, precisam de paz para enfrentar o trauma. “Quem tiver real desejo de ser solidário à causa que atenda ao pedido de oração e tranquilidade que a família faz neste momento”, pediram na nota. Ao menos três plataformas na internet já foram notificadas judicialmente para remover qualquer conteúdo do caso sem autorização para divulgação.
Com relação a divulgação feita pela extremista bolsonarista, Sara Winter, de forma não autorizada de informações sobre a vítima e dados sobre o hospital ao qual ela se dirigia para realizar o aborto, os advogados destacaram que iriam acionar a justiça diante de tais publicações. O Ministério Público do Espírito Santo afirmou que irá investigar o vazamento de tais informações.
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“Reiteramos que todos aqueles que, de alguma forma, violarem os direitos dessa criança serão responsabilizados civil e criminalmente. Já estão sendo tomadas as medidas judiciais necessárias para a repressão e responsabilização daqueles que o fizeram”, reforçam os advogados.
Na nota existe ainda um agradecimento da família ao apoio, às orações e ao amparo que eles vem recebendo. Os empresários Whindersson Nunes e Felipe Neto se comprometeram a ajudar a vítima. Whindersson se ofereceu para pagar tratamento psicológico para a menina até ela completar 18 anos, enquanto Felipe Neto pontuou que gostaria de arcar com as despesas educacionais da garota, até o fim da graduação no ensino superior.