Twitter, Facebook e Google devem tirar do ar postagens sobre menina que engravidou após estupro

Caso as empresas descumpram a medida, será aplicada uma multa diária de R$ 50 mil. A extremista Sara Winter divulgou dados sigilosos nesse domingo, 16

Atualizada às 13h54min

A Justiça do Espírito Santo determinou que Twitter, Facebook e YouTube (Google Brasil) retirem do ar, em até 24 horas, publicações com dados sobre a menina de 10 anos que engravidou após estupro do próprio tio. Caso as empresas descumpram a medida, será aplicada uma multa diária de R$ 50 mil.

É + que streaming. É arte, cultura e história.

+ filmes, séries e documentários

+ reportagens interativas

+ colunistas exclusivos

A decisão liminar foi tomada após ação civil pública protocolada pela Defensoria Pública do Espírito Santo. Conforme o órgão, "os dados divulgados causaram ainda mais constrangimento à menina e aos seus familiares".

A extremista Sara Giromini, mais conhecida como Sara Winter, publicou na internet o nome da vítima, bem como sua localização, contrariando o que prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Após as publicações de Winter, neste domingo, 16, o hospital em Recife (PE) no qual a criança estava internada foi cercado por um grupo que pressionava para que o aborto autorizado pela Justiça não ocorresse. A família da menina e profissionais do hospital foram hostilizados.

LEIA TAMBÉM | Confusão com vereadores e deputados marca aborto legal de criança de dez anos no Recife 

Em um trecho da decisão que pede a retirada dos posts das redes socais, o juíz do plantão da 5ª Região ressalta que “não se pretende obstar o direito à liberdade de expressão, o qual é, inclusive, constitucionalmente assegurado, à luz do art. 5º, inciso IV da CF, entretanto, consoante se extrai dos autos os dados divulgados são oriundos de procedimento amparado por segredo de justiça”.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Maria Gabriela Agapito, coordenadora de Promoção dos Direitos das Mulheres da Defensoria Pública do Espírito Santo, alerta para a divulgação criminosa das informações da vítima de violência sexual.

"A gente se deparou com um cenário de exposição extrema dessa criança. Um perfil bem conhecido de toda a sociedade colocou um vídeo expondo o nome da criança, o procedimento a que ia ser submetida e a localização. Exposição da menina e de fatos de um processo sigiloso", diz.

Conforme Agapito, além de ofensa à dignidade e à privacidade da menina, houve dano à integridade psicológica e ameaça à integridade física. "Ela está passando por um procedimento, em hospital, e toda aquela situação gerou danos à criança e a todos os usuários do hospital", completa.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

facebook twitter google publicações menina 10 anos justica determina retirar postagens dados menina 10 anos menina 10 anos estuprada espirito santo menina 10 anos estupro

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar