Governo Bolsonaro já registrou 745 novos agrotóxicos; número é o maior em 15 anos

Oficialmente, o Ministério da Agricultura dá conta de 674 produtos até junho de 2020, dos quais apenas 80 (12%) são considerados pelo Ibama como pouco perigosos ao meio ambiente

Mais seis novos agrotóxicos foram registrados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) nesta segunda-feira, 10, no Diário Oficial da União (DOU). Com isso, o governo Bolsonaro alcança a marca de 745 novos agrotóxicos aprovados entre 2019 e agosto de 2020. O dado é atualizado pelo Robotox, um robô criado pelo projeto Por Trás do Alimento que acompanha o DOU e publica todas os novos registros de agrotóxicos.

Oficialmente, o Mapa dá conta de 674 produtos registrados até início de junho de 2020, dos quais 474 foram liberados apenas em 2019. Desatualizado ou não, o número de aprovações anuais continua o maior em 15 anos, superando os 409 agrotóxicos liberados em 2018 pelo governo de Michel Temer.

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Para fins de comparação, em seis anos (2005 a 2010) o governo Lula aprovou 832 novos produtos. Depois, a ex-presidente Dilma Rousseff levou mais seis anos (2011 a 2016) para registrar outros 988 agrotóxicos. Considerou-se o ano de 2016 completo, mesmo Dilma tendo sofrido um impeachment em meados de agosto daquele ano.

Maioria são produtos perigosos ao meio ambiente

 

 

Dos 674 agrotóxicos contabilizados pelo Mapa até junho de 2020, somente 80 (12%) são considerados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) como produtos pouco perigosos ao meio ambiente. Enquanto isso, 328 (49%) estão classificados como muito perigosos, 246 (36%) como perigosos e 20 (3%) como altamente perigosos.

Para essa avaliação, o registrante do agrotóxico deve disponibilizar ao Ibama os componentes e afins do produto. Eles são submetidos a diversos testes físico-químicos, toxicológicos e ecotoxicológicos: neles, o órgão analisa a degradação da água e do solo - em pelo menos três tipos de solos nacionais - causada pela substância.

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Já a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é responsável por avaliar o nível de toxidade dos agrotóxicos, ou seja, o potencial de risco à saúde humana. Dos 674 aprovados pelo governo Bolsonaro, 115 (17%) são extremamente tóxicos, 50 (7%) altamente tóxicos, 263 (39%) medianamente tóxicos e 78 (11%) pouco tóxicos. Os outros 26% não têm classificação de toxicidade, sendo considerados "equivalentes ao produto técnico de referência".

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