Banco Central anuncia o lançamento de cédula de R$ 200
Previsão é que a nova cédula entre em circulação após o lançamento oficial, previsto para o fim de agosto. Lobo-guará será o animal representado no valor
16:49 | Jul. 29, 2020
Nesta quarta-feira, 29, o Banco Central (BC) anunciou o lançamento de uma nova cédula de R$ 200. A previsão é que a nova cédula entre em circulação após o lançamento oficial, previsto para o fim de agosto, e terá o lobo-guará como animal representado. Em coletiva que aconteceu nesta tarde, a diretora de Administração do Banco Central, Carolina de Assis Barros, anunciou que a decisão foi tomada por conta de uma crescente demanda da população por dinheiro em espécie. Segundo ela, a procura cresceu em março e abril deste ano.
Na coletiva por meio de live, realizada na sede do Banco Central, Carolina de Assis Barros, junto com o chefe de departamento de estatísticas do BC, Fernando Rocha, tiraram dúvidas sobre a novidade, que para o banco foi um momento oportuno para o lançamento da cédula.
O animal para estampar o dinheiro, o lobo-guará, foi escolhido a partir de uma pesquisa feita pelo banco em 2001, quando a população poderia escolher animais que estavam em uma lista de risco de extinção na época no Brasil. Em primeiro lugar, ficou a tartaruga marinha, que estampa hoje a cédula de R$ 2, em segundo lugar, o mico-leão-dourado, que incorpora a cédula de R$ 20, e em terceiro, o lobo-guará, que, até então, não estava em nenhuma cédula.
Elementos de segurança específicos da cédula só serão divulgados no dia do lançamento oficial , que, de acordo com Carolina de Assis, faz parte de boas práticas adotadas por bancos internacionais. Ela afirma que a cédula já está em fase final de impressões e, no dia do lançamento, campanhas voltadas para a educação da população sobre os novos elementos de segurança começarão a ser lançados. “Assim como nas demais cédulas de Real, a cédula de R$ 200 tem elementos robustos o bastante e capazes de protegê-la de falsificação. Quanto maior o valor, maior a preocupação do Banco Central”, afirmou em coletiva.
Neste ano, 450 milhões de unidades serão produzidas pelo Banco Central, com um valor total 90 bilhões de reais. Ela valerá aproximadamente 39 dólares americanos. Para o segundo semestre desse ano, o Banco Central utilizará R$ 113,4 milhões para a impressão das 450 milhões de cédulas de R$ 200, e 170 milhões de cédulas de R$ 100.
A diretora de Administração afirmou em pesquisa que no Brasil e em outros países o fenômeno de entesouramento aumentou desde o início da pandemia. “Em momentos de incerteza, as pessoas tendem a fazer saques, e acumular reservas de dinheiro, por ser um sinal de segurança", disse Carolina de Assis.
Ela explica que, desta forma, a população começou a demandar um maior número de cédulas e moedas em circulação, o que, para o Banco Central, foi um momento oportuno para o lançamento da nova cédula. Outras possíveis causas do processo de entesouramento foi também a diminuição de compras no comércio em geral, causados pelo fechamento temporário de estabelecimentos, além da possibilidade de beneficiários do auxílio emergencial, que receberam em espécie, não terem retornado esse dinheiro ao mercado com a velocidade esperada.
Em pesquisa realizada pelo Banco Central, "O Brasileiro e sua Relação com o Dinheiro", dados indicavam que, em 2018, o dinheiro em espécie era ainda o mais usado em pagamentos e recebimentos, o que indica que a queda da importância do dinheiro na sociedade brasileira é ainda bem pouca.
Mesmo sem métricas em relação ao entesouramento total, o Banco Central estima que, em média, existam R$ 61 bilhões em dinheiro no poder público. Logo, os representantes do Banco Central afirmaram que a nota estará em circulação no fim de agosto por conta também de uma atuação preventiva pela possibilidade de um aumento da demanda de dinheiro em cédulas por conta do entesouramento.
A nova cédula será lançada permanentemente no mercado, e não irá diminuir ou prejudicar o modo de pagamento digital, de acordo com o Banco Central. Carolina de Assis também afirma que a partir de outubro o banco adotará controles mais rígidos para saques acima de R$ 2.000 para evitar lavagem de dinheiro. A aparência da nova cédula também será divulgada no lançamento.