Em áudio, acusado de matar Marielle comemora quando tráfico toma comunidade no Rio

A Polícia Civil descobriu áudio em que Ronnie Lessa comemora quando uma facção do tráfico tomou uma localidade na Zona Norte do Rio de Janeiro. O ex-policial militar é um dos suspeitos de matar Marielle Franco e Anderson Gomes e foi indiciado por tráfico internacional de armas. Conforme apuração do G1, o destinatário do áudio seria o sargento do Corpo de Bombeiros Maxwell Simões Corrêa, o Suel.

“Temos um trecho em que ele comemora que o Terceiro Comando Puro assumiu o controle das bocas de fumo de uma determinada comunidade. Segundo ele, seria mais fácil comercializar [as armas]”, afirmou Marcus Amim, titular da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme).

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Segundo o delegado, Ronnie traficava armas dos Estados Unidos desde 2014 com a ajuda da filha. Suel, o destinatário do áudio, foi preso no último mês pela Delegacia de Homicídios, por suspeita de envolvimento com a morte de Marielle. Ele teria ajudado Lessa a se desfazer da arma usada no atentado contra Marielle. A polícia afirma que a metralhadora MP5 e outros fuzis foram jogados no mar.

Como era o esquema

De acordo com a polícia, Lessa comprava as armas e as enviava para o endereço da filha nos Estados Unidos. Mohana Figueiredo, de 24 anos, recebia as peças e enviava fotos para o pai, que a orientava sobre o que fazer com o material antes de enviá-lo para o Rio de Janeiro.

Ao G1, o delegado Amim destacou que o material era enviado de forma fracionada para o Brasil, onde seria montado e revendido. “Os sites não mandam esse tipo de material para o Brasil. Lá, ela era orientada a tirar das caixas originais, que especificavam qual material era, colocava em outras caixas com o tipo ‘peças de metal’. E assim não chamava a atenção das autoridades aeroportuárias brasileiras”, detalha.

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