Analfabetismo segue em queda no País, mas ainda predomina entre pessoas pretas e pardas
Em relação a 2018, houve uma redução de 0,2 pontos percentuais no número de analfabetos do País, o que corresponde a 200 mil pessoasNo Brasil, 11 milhões pessoas com 15 anos ou mais de idade não sabiam ler ou escrever em 2019, o equivalente a uma taxa de analfabetismo de 6,6%. Em relação a 2018, houve uma redução de 0,2 pontos percentuais no número de analfabetos do País, o que corresponde a 200 mil pessoas. Apesar da trajetória em queda desde 2016, o problema continua predominando entre pessoas pretas e pardas, com percentual de 8,9% nessa faixa etária, contra 3,6% nas pessoas de cor branca.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2019, divulgados nesta quarta-feira, 15, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na análise de cor e raça, o histórico da pesquisa nos anos anteriores reforça esse padrão de predominância. Em 2018, a diferença era de 5,2 pontos percentuais.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
A disparidade de raça e cor se acentua ainda mais conforme a idade avança. No grupo etário de 60 anos ou mais, a taxa de analfabetismo das pessoas de cor branca alcançou 9,5% e, entre pretos ou pardos, chegou a 27,1%. Comparando-se os dados do analfabetismo de 2019 com 2016, é possível observar uma queda de 2,1 pontos percentuais para pessoas de cor branca e de 3,6 p.p. para pretas e pardas.
A pesquisa evidencia que quanto mais velho o grupo populacional, maior a proporção de analfabetos. Em 2019, eram quase 6 milhões de analfabetos com 60 anos ou mais, correspondendo a uma taxa de analfabetismo de 18,0% para esse grupo etário.
Segundo o IBGE, ao incluir, gradualmente, os grupos etários mais novos, observa-se queda no analfabetismo: para 11,1% entre as pessoas com 40 anos ou mais, 7,9% entre aquelas com 25 anos ou mais e, por fim, 6,6% entre a população de 15 anos ou mais.
Assim, a análise aponta que as gerações mais novas estão tendo um maior acesso à educação e sendo alfabetizadas ainda enquanto crianças. Por outro lado, os analfabetos continuam concentrados entre os mais velhos e mudanças na taxa de analfabetismo para esse grupo se dão, em grande parte, devido às questões demográficas como, por exemplo, o envelhecimento da população.
LEIA TAMBÉM | Analfabetismo no Brasil cai entre 2016 e 2018 de 7,2% para 6,8%
Maioria dos analfabetos reside do Nordeste
A pesquisa do IBGE revelou também que a maioria (56,2%) dos 11 milhões de analfabetos do País, em 2019, residia no Nordeste, contabilizando 6,2 milhões de pessoas. Outra parcela de 21,7% desse grupo, equivalente a 2,4 milhões de pessoas, vivia no Sudeste.
Os dados da Pnad Contínua mostram ainda que a maior parte (60,1%) da população nordestina com mais de 25 anos não concluiu a educação básica, ou seja, não chegou a terminar o Ensino Médio. No Norte e no Sul, os índices são de 54,6% e 51,9%, respectivamente.
Nordestinos estudam menos tempo
Os brasileiros de 25 anos ou mais estudavam, em média, 9,4 anos ao longo da vida em 2019, conforme o IBGE. Em termos regionais, o Nordeste e o Norte estão abaixo dessa média, com 8,1 anos e 8,9 anos, respectivamente.
Por outro lado, Sudeste, Sul e Centro-Oeste mantiveram-se com uma média de anos de estudo acima da nacional – respectivamente de 10,1, 9,7 e 9,8 anos. O indicador nacional estava em 9,3 anos em 2019.
De 2016 a 2018, essa média nacional aumentou 0,2 por ano, com crescimento de 0,1 ano entre 2018 e 2019. Entre as mulheres brasileiras, o número médio de anos de estudo foi de 9,6 anos, enquanto para os homens, 9,2 anos.
Com relação à cor ou raça, mais uma vez, a diferença foi considerável, registrando-se 10,4 anos de estudo para as pessoas de cor branca e 8,6 anos para as de cor preta ou parda, ou seja, uma diferença de quase 2 anos entre esses grupos, o que se mantém desde 2016.