Grupo hacker expõe dados pessoais de Bolsonaro, filhos e aliados do governo
As informações foram publicadas no Twitter por meio de links para páginas com os documentos
10:03 | Jun. 02, 2020
O grupo de hackers Anonymous Brasil expôs, na noite de segunda-feira, 1º, dados pessoais do presidente Jair Bolsonaro e de seus filhos, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos). Informações de ministros e aliados do Governo também foram compartilhadas. As informações foram publicadas no Twitter por meio de links para páginas com os documentos
Foram compartilhados os CPFs de Bolsonaro e de seus filhos, além de telefones, endereços e dados sobre imóveis e veículos da família do presidente. Parte dos dados, como as declarações de bens imobiliários, já era pública e estava disponível na plataforma de divulgação da Justiça Eleitoral destinada a informações sobre patrimônios de candidatos. Os números de telefone, no entanto, eram dados privados. Outros alvos foram os ministros Abraham Weintraub (Educação) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos).
Na manhã desta terça-feira, 2, Carlos Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro se manifestaram sobre o ocorrido. O vereador garantiu que "medidas legais estão em andamento". "A turma "pró-democracia" vazou meus dados pessoais e de outros na internet. Após vermos violações do direito à livre expressão, agora ferem a privacidade. Sob a desculpa de "combater o mal", justificam seus crimes e fazem justamente aquilo que nos acusam, mas nunca provam!", disse.
LEIA TAMBÉM | Grupo de hackers invade sistemas do governo dos EUA e afirma que vai "expor os muitos crimes" cometidos pela polícia
A turma "pró-democracia" vazou meus dados pessoais e de outros na internet. Após vermos violações do direito à livre expressão, agora ferem a privacidade. Sob a desculpa de "combater o mal", justificam seus crimes e fazem justamente aquilo que nos acusam, mas nunca provam!
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) June 2, 2020Enquanto isso, o deputado Eduardo Bolsonaro, sem citar o vazamento dos dados diretamente, fez menção a "atos criminosos, notoriamente arquitetados e financiados". "Mesmo que não digam se tratar de um gabinete do ódio vamos tomar todas as medidas possíveis para coibi-los", afirmou.
Atos criminosos, notoriamente arquitetados e financiados. Mesmo que não digam se tratar de um gabinete do ódio vamos tomar todas as medidas possíveis para coibi-los.
Ontem representei com @DouglasGarcia na PGR os parlamentares envolvidos. Em breve mais novidades.
Eduardo disse ainda que ontem representou com o deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP) e outros parlamentares que tiveram dados pessoais divulgados na Procuradoria Geral da República (PGR). "Em breve mais novidades", sugeriu.
Douglas confirmou pelo Twitter a veracidade dos dados compartilhados pelo grupo hacker e informou que fará um boletim de ocorrência. "Para que colocar os meus familiares em risco? Para que divulgar o endereço de minha casa? Os lugares em que trabalhei?", escreveu. Além dele, o cofundador da Havan, Luciano Hang, também teve seus dados divulgados.
Anonymous Brasil, de forma criminosa, acaba de divulgar todos os meus dados nas redes sociais. Para que colocar os meus familiares em risco? Para que divulgar o endereço de minha casa? Os lugares em que trabalhei? Estou indo agora mesmo na delegacia fazer um boletim de ocorrência
— Douglas Garcia (@DouglasGarcia) June 2, 2020Poucos minutos após a publicação das informações, as postagens foram retiradas do ar. "Apagamos os documentos com as informações pessoais do Carlos Bolsonaro e do Jair, todos conseguiram salvar? O twitter é automático, esse tira do ar esse tipo de arquivo, por isso retiramos. Vocês podem compartilhar o link pela DM. Quem tiver comenta, quem quiser também", afirmou o perfil.
Na sequência, a conta Anonymous Brasil foi suspensa. Na página que levaria ao perfil do grupo, está o aviso: "O Twitter suspende as contas que violam as Regras do Twitter". Até o momento do fechamento desta matéria, o presidente Jair Bolsonaro ainda não havia se manifestado sobre o vazamento de dados.
Com informações do jornal O Globo