Casa onde morreu João Pedro tem 72 marcas de tiro nas paredes

"Polícia quer forjar uma situação, não tinha bandido", diz pai do adolescente de 14 anos

72 buracos de bala foram encontrados nas paredes da casa onde o menino João Pedro, de 14 anos, brincava com dois primos quando foi morto por uma ação policial. A contagem foi realizada por líderes comunitários do bairro de São Gonçalo, no Rio de Janeiro. As informações são do jornal Extra.

Na quinta-feira, 20, o pai do adolescente, o comerciante Neilton Matos, voltou a afirmar que a Polícia Civil forjou uma versão sobre a ação. Em entrevista virtual ao programa “Encontro com Fátima Bernardes”, da TV Globo, ele negou que criminosos tenham invadido a residência, como sustentam os policiais que participaram da operação.

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"A polícia quer forjar uma situação. Não tinha bandido. Entraram na casa e atiraram duas granadas. Além dos tiros. Só tinha adolescentes de família", afirmou.

Segundo a versão contada à Polícia Civil pelos agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) que participaram da operação, traficantes teriam invadido a casa, atirado e jogado granadas contra os policiais, que revidaram.

"Quem tirou o sonho do meu filho foi a polícia. João Pedro não estava na rua em confronto. Estava dentro de uma casa, de um lar. Ninguém tem o direito de entrar na casa de alguém e tirar a vida de um jovem de 14 anos", lamentou.

"Creio na justiça, principalmente na de Deus. Se, aqui, a justiça não for feita, a de Deus será, mas esperamos que seja cumprida aqui. Meu filho tinha sonhos, já sabia o que queria. Queria ser advogado e ele tinha condições para isso. Um filho com notas boas, sem notas vermelhas, um menino 100%", comentou.

Amigos e parentes do adolescente também questionaram a apreensão dos celulares dos três jovens que estavam na casa, inclusive o de João Pedro. Rafaela Cassiano, amiga da vítima, cobrou, numa rede social, uma explicação sobre os aparelhos.

“Quem vai investigar? Levaram o celular do João Pedro. Levaram os celulares dos meninos que estavam juntos. Para quê? Já iniciaram uma investigação entre eles ou então começaram ali mesmo a destruição de provas concretas de um assassinato?”, indagou.

O delegado Allan Duarte, da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, que investiga o caso, já ouviu o depoimento de três policiais civis e de duas testemunhas. Segundo o delegado, os agentes descartaram qualquer envolvimento dos jovens que estavam dentro da residência com traficantes em fuga.

Via Rede Nordeste

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