Campanha do Instituto Maria da Penha alerta para violência doméstica durante quarentena; veja vídeo

Para denunciar casos de violência doméstica, ligue 180. Já em emergências, como quando a violência está acontecendo, ligue 190

10:44 | Mai. 14, 2020

Por: Redação O POVO
Cerca de 90% dos casos de violência contra a mulher aconteceram na casa da vítima durante o período de isolamento social (foto: Reproudção/IMP)

O Instituto Maria da Penha (IMP) fez uma campanha para alertar sobre a violência doméstica durante a quarentena, que aumentou até 50% em alguns estados brasileiros. De acordo com dados da Defensoria Pública do Estado do Ceará, por exemplo, cerca de 90% dos casos de violência contra a mulher atendidos pelo órgão aconteceram na casa da vítima durante o período de isolamento social.

No vídeo da campanha, uma reunião matinal da empresa via chamada de vídeo é interrompida após uma das funcionárias, Carla, confidenciar para a colega de trabalho Mariana que foi agredida fisicamente pelo companheiro. Dez minutos após pedir socorro de Mariana, Carla recebe uma ligação e avisa ao companheiro a chegada de uma encomenda para ele. É nesse momento que Mariana aproveita e grita: “Tranca, tranca! Amiga, já tranca, não perde tempo! Tranca tudo! A polícia chegou?”. Veja o vídeo completo no final da matéria.

A realidade de Carla é a mesma de diversas mulheres no Brasil e no mundo que se viram confinadas com seus agressores como medida de prevenção contra a Covid-19. “A violência doméstica é uma pandemia dentro da pandemia”, analisou a superintendente Geral do Instituto Maria da Penha, Conceição de Maria, em entrevista à Rádio O POVO/CBN nessa quarta-feira, 13

Segundo ela, o aumento dos casos de violência doméstica tem fundamento em diversos fatores: "Esse convívio entre as famílias por muito tempo gera mais conflito, o uso exacerbado de álcool ou droga, problemas financeiros", exemplifica. Ela acrescenta, no entanto, que o álcool, droga ou crise financeira "não transformam ninguém em agressor". "Essa atitude agressora já existia e está sendo potencializada por essas questões", reforça.

Vítimas e testemunhas podem denunciar casos de violência doméstica no número 180. Em casos de emergência, como quando a agressão está acontecendo, ligue 190. Após intervenção, os agentes de segurança irão orientar vítimas e testemunhas sobre os próximos passos de denúncia.

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O que é a violência doméstica?

De acordo com o art. 5º da Lei Maria da Penha, violência doméstica e familiar contra a mulher é “qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”.

Quais são os tipos de violência?

Violência física: espancamento, atirar objetos, sacudir e apertar os braços, estrangulamento ou sufocamento, lesões com objetos cortantes ou perfurantes, ferimentos causados por queimaduras ou armas de fogo, tortura

Violência psicológica: ameaças, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento (proibir de estudar e viajar ou de falar com amigos e parentes), vigilância constante, perseguição contumaz, insultos, chantagem, exploração, limitação do direito de ir e vir, ridicularização, tirar a liberdade de crença, distorcer e omitir fatos para deixar a mulher em dúvida sobre a sua memória e sanidade (gaslighting)

Violência sexual: estupro, obrigar a mulher a fazer atos sexuais que causam desconforto ou repulsa, impedir o uso de métodos contraceptivos ou forçar a mulher a abortar, forçar matrimônio, gravidez ou prostituição por meio de coação, chantagem, suborno ou manipulação, limitar ou anular o exercício dos direitos sexuais e reprodutivos da mulher

Violência patrimonial: controlar o dinheiro, deixar de pagar pensão alimentícia, destruição de documentos pessoais, furto, extorsão ou dano, estelionato, privar de bens, valores ou recursos econômicos, causar danos propositais a objetos da mulher ou dos quais ela goste

Violência moral: acusar a mulher de traição, emitir juízos morais sobre a conduta, fazer críticas mentirosas, expor a vida íntima, rebaixar a mulher por meio de xingamentos que incidem sobre a sua índole, desvalorizar a vítima pelo seu modo de se vestir

Fonte: Instituto Maria da Penha (IMP)

SAIBA COMO DENUNCIAR E ONDE BUSCAR AJUDA NO CEARÁ

Defensoria Pública (Nudem)
Funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h
Triagem: 98971.8060 / 98579.9178
Equipe Multidisciplinar:
Úrsula Goes 98560.2709, das 08h às 14h
Roberta Gomes 99294.2844, das 11h às 17h

Juizado da Mulher
Funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h
Contato (85) 98869.1236
E-mail: cajfortaleza@tjce.jus.br /
juizadomulherfortaleza@tjce.jus.br

Ministério Público
Funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h
Thiago Patricio: (85) 99919.6723
Institucional: (85) 98563.3302

Delegacia de Defesa da Mulher
Atendimento 24h
Contato: 3108.2950
B.O Eletrônico: www.delegaciaeletronica.ce.gov.br/beo

Centro de Referência da Mulher Francisca Clotilde:
Funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h
Greice Lopes: (85) 99648.4720

Administrativo Casa da Mulher Brasileira
Funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h
Contato: 3108.2931/ 3108.2992
Daciane Barreto: (85) 99189.4749/ (85) 99992.0938 (Whatsapp)
Regis Lenny Oliveira: (85) 99108.6538
Mayara Viana: (85) 98740.8667
E-mail: casamulherbrasileira@gmail.com

Assista ao vídeo da campanha