No dia da Liberdade de Imprensa, manifestantes pró-Bolsonaro agridem e ameaçam jornalistas em ato no Planalto
Fotógrafo chegou a ser derrubado por duas vezes e chutado pelas costas. Presidente também criticou a presença de repórteres da Globo no local, sem repudiar o ato contra os profissionais da imprensa. ANJ criticou as agressões aos jornalistasManifestantes pró-governo Jair Bolsonaro agrediram, ameaçaram e expulsaram jornalistas que cobriam o ato na rampa do Palácio do Planalto realizado neste domingo, 3, com a presença do presidente da República.
Enquanto o presidente acenava para apoiadores, o grupo passou a dirigir ofensas ao repórter fotográfico Dida Sampaio, de O Estado de S. Paulo, que registrava o momento.
Um grupo se formou ao redor do fotógrafo, que foi derrubado por duas vezes e chutado pelas costas, além de tomar um soco no estômago. Além dele, o motorista do jornal, Marcos Pereira, também foi agredido.
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Outros repórteres e profissionais de imprensa foram então empurrados e ofendidos verbalmente, incluindo os da Folha.
Ao mesmo tempo, Bolsonaro foi alertado, segundo imagens transmitidas pela live de sua rede social, da confusão envolvendo jornalistas.
Ele prestigiou pessoalmente a manifestação de apoiadores a ele e com críticas ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ao Congresso.
"Expulsaram os repórteres da Globo, expulsaram os repórteres", disse uma pessoa ao presidente.
Bolsonaro então respondeu: "Pessoal da Globo vem aqui falar besteira. Essa TV foi longe demais", disse, sem repudiar as agressões aos repórteres.
Enquanto isso, apoiadores cercaram um grupo de repórteres que tentavam se locomover.
A Polícia Militar, que acompanhou o ato durante todo o momento, não apartou a confusão ao ser acionada pela Folha.
Somente em segundo momento, quando repórteres foram expulsos do local, a PM cercou a imprensa para fazer o isolamento.
Profissionais foram retirados do local depois sob a escolta e veículo da polícia.
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Em nota, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) condenou as agressões sofridas por jornalistas e pelo motorista do jornal O Estado de S.Paulo.
"Além de atentarem de maneira covarde contra a integridade física daqueles que exerciam sua atividade profissional, os agressores atacaram frontalmente a própria liberdade de imprensa", diz o texto. A ANJ também ressaltou que atentar contra o livre exercício da atividade jornalística é "ferir também o direito dos cidadãos de serem livremente informados."
"A ANJ espera que as autoridades responsáveis identifiquem os agressores, que eles sejam levados à Justiça e punidos na forma da lei", conclui a associação.