Vacinas contra o coronavírus podem surgir antes do que se imaginava, diz Cláudio Lottenberg
Presidente do Instituto Coalizão Saúde afirma que "em dois ou três meses" pode haver novidades sobre novos medicamentosUm dos nomes mais respeitados na medicina brasileira, Cláudio Lottenberg, presidente do Instituto Coalizão Saúde, afirmou nesta quinta-feira, 30, que eventuais vacinas contra o novo coronavírus podem surgir "antes do que se imaginava". Em videoconferência com o grupo de líderes empresariais Lide Ceará, o especialista disse que há perspectivas positivas sobre novos medicamentos que possam combater a pandemia, e que dentro de "dois ou três meses" é possível haver anúncios sobre o tema.
"Falam que a vacina vai demorar, no mínimo, um ano para ficar acessível à população, mas acho que o andamento disso vai surpreender. Atualmente, temos 75 centros de pesquisa testando, em todas as partes do mundo, vacinas contra o coronavírus. Em alguns meses devem anunciar algo", afirma Lottenberg. Para o médico, após o medicamento ter sua efetividade comprovada, a produção industrial do mesmo, em larga escala, será realizada em curto espaço de tempo.
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Lottenberg também alertou a população sobre o uso da cloroquina, afirmando que ainda não há estudos que comprovem a eficácia do medicamento contra o coronavírus. "Há indícios de que pode ajudar, mas ainda não há nada conclusivo. As pessoas não podem tomar de forma irresponsável, até porque possui efeitos colaterais", pontua.
Ele também destacou que a disseminação de informações imprecisas sobre a substância, que já teve seu uso estimulado até pelo presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido), acaba prejudicando quem realmente precisa da medicação, caso de pessoas que tratam malária e lúpus. "As farmácias estão sem o remédio", lamenta.
Por fim, o médico destacou que um eventual afrouxamento do isolamento depende de alguns aspectos para ser feito de forma gradativa e em segurança. "Em primeiro lugar, a testagem deveria ser uma política nacional e de Estado, inclusive para os profissionais da saúde. O SUS (Sistema Único de Saúde) tem 45 mil pontos de atendimento no País, além de farmácias que podem fazer também. Deve ser uma prioridade", opina.
Além disso, ele pontua que o Governo Federal deve aderir a uma postura educacional para estimular o uso de máscaras e o distanciamento social. "Há formas de fazer isso acontecer, seja por decreto, propaganda, etc. É preciso educar a população quanto à necessidade de tomar essas medidas", conclui.