Desmatamento na Amazônia quase dobra em comparação ao ano anterior
Principal fator de desmatamento é a extração ilegal de madeira, afetando principalmente os estados do Pará e RondôniaO desmatamento na Amazônia quase dobrou em comparação ao ano passado, indicam dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). São 5.076 km² desmatados de agosto de 2019 até o 26 de março de 2020 contra 2.649 km² no mesmo período em 2018-2019.
Para se ter uma ideia, precisaria-se de, pelo menos, 16 cidades de Fortaleza (313,8 km²) para preencher a extensão de floresta desmatada só entre 2019-2020. O principal fator da depredação é a extração ilegal de madeira, afetando principalmente o estado do Pará - que concentrou 44% de todo o desmatamento amazônico no ano passado.
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No entanto, o real impacto deve sair bem maior. Os dados apresentados nesta matéria foram captados pelo Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real (Deter), ferramenta do Inpe. Eles são analisados mais detalhadamente pelo sistema Prodes, que libera relatórios anuais sobre o avanço do desmatamento na Amazônia. Normalmente, o Prodes apresenta volumes 33% maiores que os apontados pelo Deter.
Apesar disso, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, diminui as estatísticas e afirma que os alertas de desmatamento são apenas uma “referência” e que apresentam “inconsistências”. As informações são do jornal Estadão.
Depredação e pandemia
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) analisa que a degradação ambiental é um dos motivos para a pandemia do Covid-19. Como os coronavírus são transmitidos de animais para humanos, a destruição e invasão humana de habitats selvagens podem incitar processos evolutivos mais rápidos e diversificar as doenças.
Para a Pnuma, impedir o avanço das mudanças climáticas, da redução e fragmentação dos habitats, do comércio ilegal e da poluição são algumas das maneiras de evitar que cada vez mais doenças afetem a sociedade humana.