Registros de picada de escorpião têm aumento de 129% em cinco anos no Ceará
Os animais são encontrados com uma maior frequência em período chuvosoForam registrados 6.587 casos de picada de escorpião no Ceará em 2019, de acordo com a Secretaria da Saúde do Estado. Um aumento de 11,7% em relação ao ano anterior, que teve 5.897.Entre 2015 e 2019, o aumento no número de casos foi de 129%. Em épocas de chuva e calor, é mais propício o aparecimento de escorpiões. Por isso, é preciso redobrar os cuidados nesse começo de ano.
No ceará, os escorpiões estão adaptados ao clima de calor e se localizam em buracos no solo ou sistemas de esgotos, nas cidades. Durante a quadra chuvosa, por não serem animais adaptados à água, saem de seus abrigos e seguem para locais mais quentes e seguros. Isso gera uma maior possibilidade de acidentes.
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Ivan Luiz, técnico do Núcleo de Controle de Vetores da Secretaria da Saúde do Ceará, informa que existem cerca de 12 espécies de escorpiões no Ceará, mas o mais comum é o escorpião-do-nordeste (Tityus stigmurus). Esse animal tem hábitos noturnos, ou seja, se alimenta e é mais ativo durante a noite. São pequenos e têm a coloração amarelada ou amarronzada, de forma que se camufla com o solo árido, da região onde habita. Se alimentam de insetos e principalmente de baratas domésticas.
Casos de acidentes com escorpiões registrados no Ceará nos últimos 5 anos:
2015: 2.876
2016: 3.918
2017: 4.284
2018: 5.897
2019: 6.587
Confira cuidados que possam evitar os acidentes com picadas de escorpiões:
1- Manter limpos quintais, jardins e terrenos baldios e evitar entulhar materiais de construção. Esses locais podem ser bons esconderijos para o animal. Mantenha os materiais de construção em local limpo e organizado.
2- Guardar lixo em sacos plásticos e colocar na rua apenas nos dias em que o caminhão de lixo passar. O lixo pode atrair tanto escorpiões como baratas e aranhas, que são alimentos dos escorpiões. É preciso também ficar atento a farelos e restos de comida espalhados pela casa.
3- Evitar queimadas em terrenos baldios. As queimadas podem expulsar os escorpiões do local, o que farão eles buscarem abrigo em outros áreas da residência, como em residências próximas. Tenha cuidado também com cupinzeiros e troncos de árvore abandonados.
4- Rebocar buracos e remover folhas e trepadeiras de paredes e muros. É preciso evitar ao máximo a possibilidade de escorpiões alcançarem o interior da residência, e impedir os caminhos mais fáceis é essencial.
5- Colocar telas em outros locais de fácil acesso pelos animais. Tampar fossas e ralos, e colocar telas nas janelas, pias, e tanques também evita a invasão dos animais dentro da casa.
6- Manter pontos de energia e de telefone bem fechados. O local pode servir de esconderijo para os escorpiões.
7- Eliminar presas de escorpião do local e preservar seus predadores. Os escorpiões se alimentam de grilos, aranhas e principalmente baratas, e a presença desses animais na residência pode atraí-los. Preservar os seus inimigos naturais por perto, como corujas, sapos, galinhas e gansos, pode evitar o risco de aparecimento.
8- Verifique locais e roupas. Esses animais também se escondem em locais escuros, como o interior de calçados, guarda roupas, e debaixo de lençóis e travesseiros. Por isso, é importante verificar roupas e sapatos antes de usá-los, e camas, lençóis e travesseiros antes de dormir. Locais como banheiros também devem ser revistados antes de serem usados.
9- Em locais de risco, utilizar roupas adequadas. Em locais como matas, trilhas e terrenos usados em agricultura e atividades relacionadas, usar botas de cano alto, luvas de couro, e perneiras, para proteção contra picadas.
O que fazer em caso de picada de escorpião
O animal se sente ameaçado facilmente. Ao ser tocado, tenta se defender através da picada. O ferimento pode ter dor moderada à intensa, e pode causar formigamentos na região. “Lavar o ferimento com água e sabão é a primeira coisa que a pessoa deve fazer e logo em seguida procurar imediatamente uma unidade de saúde”, informa Ivan.
Uma compressa de água morna também pode ser aplicada no local, mas, como ressalta Ivan, “jamais deve-se amarrar; aplicar qualquer tipo de substância no local da picada (como por exemplo, álcool e querosene); cortar, perfurar ou queimar o local do ferimento; não usar curativo e evitar ingerir bebida alcoólica ou derivado”.
De acordo com a assessoria do Instituto Doutor José Frota (IJF), acidentes causados por tais animais configuram intoxicação, e o diagnóstico deve ser realizado de forma cautelosa e, dependendo da situação, tratamentos como soroterapia heteróloga.
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