Empresa responsável pelo derramamento de óleo pode pagar multa de R$ 50 milhões e indenizações a pescadores
Investigações da Polícia Federal apontam para navio grego como o causador do vazamento de óleo no Nordeste. Embarcação teria atracado na Venezuela e seguido para Singapura em julho, quando começou o derramamento
12:48 | Nov. 02, 2019
A empresa responsável pelo derramamento de óleo que atingiu o litoral nordestino poderá pagar multa de R$ 50 milhões, além de indenizações a pescadores e donos de pousadas. Ainda em investigação, a Polícia Federal aponta o navio Bouboulina, de bandeira grega, como o causador do vazamento. Embarcação é de propriedade da empresa Delta Tankers LTD, que havia atracado na Venezuela e seguido para Singapura em julho.
De acordo com “O Estado de S. Paulo”, caso seja condenada, a empresa pode pagar quantias milionárias aos órgãos ambientais brasileiros, tanto a nível federal, quanto estadual e municipal, conforme o gasto que tiveram com a operação de contenção e recolhimento do óleo. Segundo o jornal, todos os trabalhadores afetados pela sujeira, incluindo pescadores e donos de pousadas, também podem ser beneficiados de acordo com o prejuízo que tiveram.
Investigações da PF, divulgadas nessa sexta-feira, 1º de novembro, indicam que o navio Bouboulina atracou na Venezuela em 15 de julho e o derramamento teria ocorrido entre os dias 28 e 29 do mesmo mês, a 700 quilômetros da costa brasileira. Após atracar no mar venezuelano, onde ficou por três dias, a embarcação seguiu para Singapura, tendo parado apenas em um porto da África do Sul. O vazamento teria acontecido durante essa viagem.
As apurações do caso foram realizadas pela PF em parceria com Marinha do Brasil, Ministério Público Federal, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), uma empresa privada do ramo de geointeligência e as universidades Federal da Bahia (UFBA), Brasília (UnB) e Universidade Estadual do Ceará (Uece).
Até o momento, mais de 250 praias do Nordeste foram atingidas pelas manchas de óleo. Dos 20 municípios cearenses com orla, pelo menos dez já apresentaram o problema, observado na areia ou no mar, segundo o Governo do Estado.