MEC volta atrás e retira de carta para escolas o slogan da campanha de Bolsonaro
Ministério solicitou às escolas que gravem professores e estudantes cantando o Hino Nacional ao retornarem às aulasMinistro da Educação, o professor Ricardo Vélez Rodríguez revisou a carta enviada às escolas públicas e particulares brasileiras e considerou como “um equívoco” o trecho em que utiliza o slogan da campanha presidencial de Jair Bolsonaro (PSL). De acordo com o Ministério da Educação (MEC), novo texto deve ser enviado ainda nesta terça-feira, 26, às instituições de ensino de todo o País, para leitura voluntária no primeiro dia letivo.
Segundo o ministério, a nova redação da carta a ser lida diz: “Brasileiros! Vamos saudar o Brasil e celebrar a educação responsável e de qualidade a ser desenvolvida na nossa escola pelos professores, em benefício de vocês, alunos, que constituem a nova geração.” No documento enviado na segunda-feira, o texto terminava com as frases "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos" - slogan de campanha de Bolsonaro.
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No comunicado, o MEC solicita que alunos e professores cantem, perfilados, o Hino Nacional frente à bandeira do Brasil. A “sugestão” do ministério é de que um colaborador da escola grave o momento, e a instituição envie para as assessorias de imprensa do órgão e Presidência da República.
Como O POVO mostrou nesta terça, a carta gerou polêmica entre representantes de instituições de todo o País. "Isso é ilegal, o MEC não tem competência para pedir nada disso às escolas", diz o diretor da Associação Brasileira de Escolas Particulares (Abepar), Arthur Fonseca Filho. O representante disse ainda que as escolas não têm autorização para enviar imagens de seus alunos para o governo.
De acordo com o ministério, no novo e-mail enviado para as escolas, solicita-se que a gravação deve ser precedida de autorização legal da pessoa filmada ou de seu responsável.
“Após o recebimento das gravações, será feita uma seleção das imagens com trechos da leitura da carta e da execução do Hino Nacional para eventual uso institucional. A atividade faz parte da política de incentivo à valorização dos símbolos nacionais”, manifestou o MEC à imprensa.
Na manhã desta terça-feira, Ricardo Vélez Rodríguez apresenta novas diretrizes e programas prioritários do MEC no Senado para os próximos anos.
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