Estudantes brasileiros estão entre os piores para trabalhar em equipe, aponta pesquisa

A média de 412 pontos que foi obtida pelos brasileiros nessa competência ganha somente da Tunísia, que atingiu 382 pontos

19:50 | Nov. 27, 2017

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Uma pesquisa internacional divulgada pela Organização para a Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE), baseada nos dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), aponta os estudantes brasileiros entre os piores para trabalhar em equipe dentre os 25 países analisados. A média de 412 pontos que foi obtida pelos brasileiros nessa competência ganha somente da Tunísia, que atingiu 382 pontos. Aproximadamente 125 mil jovens de 15 anos de idade dos 52 países participaram da avaliação sobre a capacidade de resolver conflitos de forma colaborativa.

Para a diretora pedagógica do Colégio Assunção, em São Paulo, as habilidades socioemocionais, até o ano passado, não tinham a devida atenção. Ela diz que debater essa temática com estudantes e professores propiciou uma maior qualidade de ensino, além de tratar da questão com maior sensibilidade. A profissional diz que a escola aderiu o Programa Semente, que traz o estudo das habilidades socioemocionais por meio do desenvolvimento de cinco principais características: empatia, autoconhecimento, autocontrole, decisões responsáveis e habilidades sociais. “Já notamos os alunos mais engajados e envolvidos; o trabalho em grupo passou a fluir melhor, assim como as atividades em equipe”.

A diretora do Programa Semente, Tania Fontolan, pensa que as escolas devem capacitar os alunos para o futuro, assegurando que eles adquiram capacidades necessárias para viver, conviver e trabalhar em grupo. A profissional entende que é possível que essas habilidades sejam desenvolvidas a partir do momento que crianças e jovens são ensinados a debater com respeito, a ter autocontrole, a compreender a diversidade, a traçar objetivos, a cumprir metas e a trabalhar em equipe "da mesma forma que ensinamos conteúdos de Química, Sociologia, Geometria, Filosofia, Física, Artes ou Redação. E isso vale para todas as pessoas”.

A educadora entende essas habilidades como essenciais ao século XXI. O conjunto de competências forma o que é conhecido por apredizagem socioemocional, o que é valorizado há muitos anos nos Estados Unidos e na Europa, mas ainda não se desenvolveram nas escolas brasileiras.

Outras instituições já desenvolviam estudos sobre as habilidades e aderir ao material didático foi uma forma de concretizar os planos. O supervisor pedagógico do Colégio Anglo São José, Oscar Gonçalves Jr., diz que o assunto já é familiar. Ele acredita que os trabalhos com habilidades socioemocionais vão ajudar "na questão do espírito de cooperação entre turmas".

 

Redação O POVO Online