Temperatura na Caatinga deve aumentar até 2100
O calor acentuado pode gerar um processo de desertificação ao bioma que já é ameaçado de extinção
Uma pesquisa realizada pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) revela que a temperatura na Caatinga brasileira deve subir 5,5ºC a mais do que a atual, até 2100. O calor acentuado pode gerar um processo de desertificação ao bioma que já é ameaçado de extinção. O relatório dos estudos foi divulgado na 1ª Conferência Nacional de Mudanças Climáticas Globais.
A situação da Caatinga, bioma dominante no Ceará, preocupa. O relatório foi elaborado por mais de 350 cientistas de diversas instituições. A pesquisa também revela que a temperatura deve subir em todas grandes regiões do Brasil. O clima no país pode aumentar de 3ºC a 6ºC até 2100. Além de calor intenso, os estudos projetam diminuição no voluma de chuvas.
Os pesquisadores estimam que em biomas como a Amazônia e a Caatinga a quantidade de chuvas poderá ser 40% menor. O aumento da temperatura até 6ºC poderá comprometer o fornecimento de água potável para a população. Neste ambiente de muito calor, a agricultura e o setor de energia do Brasil deverão sofrer fortes impactos, nos quais resultarão na queda do Produto Interno Bruto (PIB).
Já nas regiões da Mata Atlântica e Pampa, o aumento da temperatura deve ocorrer de forma mais amena do que na Amazônia e Caatinga. A preocupação nestes biomas será o crescimento das taxas de pluviosidades. A pesquisa também alerta sobre possíveis fenômenos aparecerem de forma mais constante, algo que era considerado raro no país.
Além disto, os oceanos poderão se tornar mais ácidos, caso as emissões de gases continuarem altas. Isso resultará na queda de 6% do potencial de pesca em toda a costa brasileira, nos próximos 40 anos. Os cientistas também fazem um alerta para os impactos na agricultura. A produtividade de quase todas as culturas agrícolas existentes no Brasil será reduzida.
Redação O POVO Online