Democratização do acesso às tecnologias
A pesquisa “60%2b na internet”, do Instituto Locomotiva, revela que a maioria dos internautas com mais de 60 anos pertence às classes A e B (76%), seguidos pela classe C (23%) e classes D e E (1%). Esse público possui ensino superior (39%) ou médio (33%) e 28% cursaram até o ensino fundamental. Para o pedagogo Ricardo Temóteo, o idoso que, por questões financeiras, está excluído digitalmente tem aspectos da cidadania afetada.
“Para muitos, o dinheiro mensal mal dá para comprar os medicamentos. Seria interessante que eles pudessem pela internet ver o resultado de um exame médico, fazer o imposto de renda, pagar um boleto. Hoje, nós não temos um trabalho continuado de políticas públicas que possam promover a inclusão digital de idosos. E quanto mais se inclui digitalmente, melhor a qualidade de vida, a participação enquanto cidadãos”, aponta Ricardo.
Para a neuropsicóloga Amanda Barroso de Lima, outro ponto tem de ser levado em conta: a modernização dos equipamentos não se limita aos smartphones, e cada vez mais a usabilidade de muitas coisas necessita de certas habilidades que ultrapassam o mundo digital: “E, infelizmente, ainda é uma usabilidade pensada para os jovens. Teria de haver uma certa movimentação para o desenvolvimento de pesquisas com idosos, para perceber as necessidades da idade para o uso do equipamento e adaptar para que fosse facilitado a eles esse acesso”.
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