Linha telefônica recebe mais de 12 mil denúncias contra o rapper Sean 'Diddy' Combs em 24 horas

O rapper foi preso no dia 16 de setembro após ser acusado de tráfico sexual, conspiração por extorsão e promoção de prostituição

19:11 | Out. 05, 2024

Por: Giordano Barros
Sean Combs, conhecido como P. Diddy, foi preso no último dia 16 (foto: AFP PHOTO / Robyn Beck)

Uma linha de telefone criada para receber denúncias contra o rapper Sean "Diddy" Combs recebeu cerca de 12 mil ligações em apenas 24 horas, informou o advogado Tony Buzbee, responsável pelo caso. Combs, que está detido preventivamente desde 16 de setembro sob acusações de conspiração para extorsão e tráfico sexual, enfrenta agora uma nova onda de processos.

Segundo Buzbee, 120 vítimas já estão se preparando para entrar com ações judiciais contra o artista, incluindo 25 que eram menores de idade no momento dos abusos, algumas com apenas nove anos.

A linha telefônica foi lançada como parte dos esforços de sua equipe para reunir depoimentos e evidências contra o rapper. Segundo Tony Buzbee, o volume de denúncias foi avassalador. "Quando anunciei que iria perseguir esses casos, as comportas realmente se abriram", disse Buzbee em entrevista ao canal Law & Crime. "O volume de ligações tem sido chocante". 

Desde o lançamento da linha há 10 dias, o escritório do advogado já havia recebido cerca de 3.200 chamadas. No entanto, após a coletiva de imprensa realizada na última terça-feira, o número disparou, chegando a 12 mil contatos em apenas 24 horas. "Nossa tarefa agora é analisar cada uma dessas ligações, identificar as vítimas e testemunhas e coletar evidências", afirmou Buzbee. Sua equipe, que conta com cerca de 100 pessoas, espera começar a abrir processos civis nas próximas semanas.

Buzbee também revelou detalhes das denúncias. Segundo ele, algumas das vítimas eram jovens que buscavam uma carreira na música ou na televisão e foram aliciadas com promessas de fama. Um dos casos mais graves envolve uma vítima de nove anos, que foi abusada sexualmente após ser levada para uma audição nos estúdios da Bad Boy Records, gravadora fundada por Diddy. “Essa vítima foi abusada por Combs e outras pessoas no estúdio, em troca da promessa de um contrato com a gravadora”, declarou.

De acordo com o advogado, o padrão de comportamento criminoso nas festas organizadas pelo rapper era um “segredo aberto” entre a elite de Hollywood, com abusos cometidos durante eventos e afterparties. As vítimas relatam que foram forçadas ou coagidas a atos sexuais para satisfazer os desejos do rapper e proteger sua reputação.

Diddy nega as acusações

Detido no Centro de Detenção Metropolitano no Brooklyn, Nova York, Diddy teve sua liberdade sob fiança negada e aguarda julgamento. O rapper, que possui um império no mundo da música e entretenimento, continua a alegar inocência. Seu advogado, Marc Agnifilo, declarou à imprensa americana que o artista está ansioso para contar sua versão dos fatos. "Ele é a única pessoa que pode contar sua história em tempo real", afirmou o advogado.

As acusações contra Diddy incluem crimes graves como tráfico sexual, sequestro, extorsão e obstrução de justiça. Segundo o procurador do Distrito Sul de Nova York, o rapper utilizou sua rede de funcionários e os recursos de sua empresa para organizar uma rede criminosa destinada a abusar de mulheres e encobrir sua conduta.

Tony Buzbee prometeu que sua equipe não deixará "pedra sobre pedra" até responsabilizar todas as partes envolvidas, sejam indivíduos ou entidades que possam ter se beneficiado do comportamento criminoso do rapper. As investigações e os processos devem se intensificar nas próximas semanas, com potencial para revelar ainda mais detalhes sobre o caso.