Mourão diz que Brasil precisa preservar ao menos 80% da Amazônia

A afirmação foi feita em palestra na Expo 2020, em Dubai. O vice-presidente destacou a necessidade da fiscalização de leis ambientais

16:55 | Out. 03, 2021

Por: Lara Montezuma
O vice-presidente Hamilton Mourão, durante abertura do seminário empresarial Brasil-Emirados Árabes Unidos. (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, declarou que o Brasil precisa preservar pelo menos 80% da Amazônia. A afirmação foi feita em uma palestra realizada no sábado, 2, no pavilhão da Sustentabilidade da Expo 2020, em Dubai.

"Para mostrar à comunidade internacional que não estamos desistindo da nossa responsabilidade, de que vamos trabalhar duro para manter a floresta”, destacou. Mourão ainda disse que 85% da floresta amazônica mantém sua vegetação natural, o que limitaria o desmatamento a 5%. “Se formos levar em consideração um mero cálculo matemático, nós ainda temos 5% para desmatar, nada além disso. Dos outros 80%, as árvores não podem ser cortadas".

Ele também apoiou a proposta de que o Brasil seja pago em créditos de carbono, uma espécie de moeda para países que reduzem a emissão de gases que causam o efeito estufa. Nas palavras do vice-presidente, o governo precisa garantir o cumprimento das leis ambientais. Desta forma, é necessário fortalecer os órgãos de fiscalização. "Agência ambientais do Brasil têm sofrido com pessoal insuficiente e cortes orçamentários, o que se traduziu em menos eficácia na luta contra corte de madeira ilegal e incêndios criminosos".

De acordo com dados apresentados por Mourão, nos últimos 32 anos, os menores índices de desmatamento na Amazônia foram registrados em 2012. Ele ressaltou, entretanto, que os números de agosto deste ano mostram uma queda de 32% em comparação a 2020.

Desde que chegou aos Emirados Árabes, Mourão tem destacado as medidas governamentais relacionadas à Amazônia. O vice-presidente evidenciou a necessidade de investimentos da iniciativa privada em projetos de desenvolvimento sustentável e mencionou o potencial da bioeconomia. "Empresas, investidores, produtores e empreendedores devem liderar um novo ciclo de crescimento verde e inclusivo na Amazônia", disse.