Mesmo sob lockdown, feiras e comércio registram movimentação na manhã deste sábado
Conforme decreto publicado no último sábado, 10, apenas atividades essenciais estão permitidas durante o fim de semanaApesar do lockdown vigente no Ceará neste fim de semana, conforme decreto publicado no dia 10 de abril, alguns locais em Fortaleza seguem com movimentação. De acordo com o documento oficial, apenas serviços essenciais devem funcionar no sábado e domingo. No entanto, na manhã de hoje, 17, a Feira de Messejana registrou movimento leve mesmo com chuva.
“Hoje acho que está mais ou menos, sábado passado tinha mais gente”, disse o autônomo Carlos Alberto, de 58 anos, que foi ao local comprar camarão.
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Trabalhando em um boxe de venda de comida próximo à feira, Maria de Fátima Oliveira, 70 anos diz que não é contra o lockdown, mas entende que é preciso garantir renda para as pessoas sobreviverem neste período. De todo modo, também não concorda com aglomerações. "Eu não sou contra o isolamento, de jeito nenhum, é importante. O problema é que o pessoal faz muita numeração".
Várias lojas do bairro, de diferentes segmentos, também estavam funcionando. Alguns à meia porta, outros normalmente. O fluxo de pessoas não era o mesmo de um movimento típico de sábado no local, mas era bem acima do permitido pelo decreto considerando o contexto de lockdown. O POVO constatou também muitas pessoas sem máscara ou usando-as de forma inadequada.
A mesma situação foi vista pela reportagem na feira da avenida Robert Kennedy, nas Goiabeiras, onde havia aglomeração e venda de produtos alimentícios e objetos.
Centro
Já no Centro, onde havia mais policiamento, a grande maioria dos estabelecimentos não abriu. Porém, algumas lojas, como as de vendas de produtos eletrônicos, na rua Pedro Pereira, tentaram driblar as orientações e mantiveram o funcionamento à meia porta.
Pelas ruas do bairro, o fluxo tanto de carro, como de pessoas, era pequeno. Entretanto, algumas pessoas continuaram transitando nos pontos por falta de informação. A técnica de enfermagem, Rosimeire Moreira, por exemplo, passou pelo menos dez minutos em frente a uma das lojas situadas na Praça do Ferreira, acreditando que ainda iria abrir. "Eu achei que estava tudo aberto, mas agora estamos vendo tudo fechado".
A professor Lenir Maia também foi ao Centro para resolver algumas pendências e se surpreendeu ao ver tudo fechado. "Eu achava que como abriu na semana, ia abrir hoje também".
Parangaba
A rua Sete de Setembro, no bairro Parangaba, teve pouca circulação durante a manhã. A vendedora Samira de Jesus, 34, trabalha com delivery em um shopping e afirmou que este sábado esteve mais tranquilo que em outros dias. “Mesmo assim, ainda tem gente na rua. Não era para estar assim”, comenta.
O mesmo foi confirmado pelo comerciante Antônio Pereira, dono de um ponto de lanches naquela rua. Mas, para ele, a baixa movimentação é motivo de lamentação. Ele conta que decidiu abrir apenas uma porta do estabelecimento, com mesas bloqueando a entrada, na expectativa de fazer algumas vendas com retirada em loja, mas até por volta das 11 horas, não havia aparecido nenhum cliente. "Estamos abrindo à meia porta, mas nem entrega tem mais. Acabou o movimento, não sei nem mais nem porque ainda estou abrindo". Ele diz que em 32 anos que mantém o negócio a situação nunca esteve tão crítica. "È triste, está completamente difícil".