Engarrafamento na Raul Barbosa segue sem solução após obras em viaduto
Durante a semana, as manhãs são marcadas por trânsito lento para os motoristas que seguem no sentido Castelão/AldeotaViaduto novo, mas problemas antigos. Essa é a reclamação de parte da população que vive no Bairro Aerolândia, em Fortaleza. Inaugurado no dia 3 de outubro de 2020, o novo viaduto da avenida Alberto Craveiro, que desemboca na avenida Raul Barbosa, não foi capaz de sanar um antigo problema na região: os engarrafamentos.
Os moradores da região reconhecem as melhorias, mas alertam que os transtornos seguem recorrentes. "Antes do viaduto, essa hora (8h da manhã), estaria um engarrafamento enorme aqui. Esse trânsito fica parado só até umas 9 horas. Estou aqui há 30 anos, sei como é", relata Luis Bento da Silva, que possui uma borracharia na esquina da Raul Barbosa com a rua Reinado, ponto em que o engarrafamento se intensifica quando o semáforo interrompe o fluxo dos veículos da avenida.
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O equipamento viário passou por um alargamento das vias, além de receber um novo sistema de drenagem, ciclovia, canteiro central, calçadas para pedestres, iluminação e uma nova sinalização. Na inauguração, o ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT) chegou a prometer "solução definitiva" para os problemas de engarrafamentos e alagamentos na Alberto Craveiro, entretanto, a Raul Barbosa segue com heranças do transtorno.
"O viaduto ajudou muito, o trânsito era muito pior do que é agora, era insuportável. Mas acho que esse sinal (no cruzamento da Av. Raul Barbosa com Rua Reinaldo) trava mesmo o fluxo. Mas vejo esse problema mais durante o dia. Acho que, se tirarem o sinal, vai dar problema, o pessoal não vai aceitar. Se tirarem o sinal, vai ter manifestação", é o que diz Robson Prado, proprietário de um Pet Shop na via.
A abertura do cruzamento, onde está localizado o semáforo, também é alvo de críticas de outros comerciantes no local.
"Isso aqui nunca deveria ter sido aberto. Estou aqui há 18 anos e é sempre esse trânsito pesado. O sinal acaba barrando o fluxo que vem da BR-116, do Castelão e do Aeroporto. Fizeram o viaduto para desafogar, mas não adiantou muito. Já levantaram até a proposta para fechar esse cruzamento, mas houve uma reclamação da comunidade", relata um comerciante, que prefere não se identificar.
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Maria de Sousa, outra antiga moradora da região, também faz críticas às reformulações no viaduto. "O movimento é grande todo dia. Fizeram essas obras no viaduto, mas, pra mim, fez piorar. É muito carro, toda hora, principalmente de manhã", conta a vendedora de lanches, que trabalha há 30 anos no local.
São apenas 38 segundos com semáforo na cor vermelha, mas são suficientes para interromper o fluxo gerado pela sinalização verde, que dura pouco mais de 2 minutos e 15 segundos para os veículos que transitam na Raul Barbosa. Maria de Sousa acredita que, além de atrapalhar os carros, o semáforo não consegue contemplar todos os pedestres.
"Eu tenho até medo de atravessar. O tempo dele fechado é pouco, não dá tempo de um idoso passar. Se eu passo, é com muito medo", destaca
Segundo o Governo do Estado do Ceará, a obra no viaduto recebeu um investimento de R$ 20 milhões e garantiu a ampliação das faixas de tráfego, passando de duas para oito.
A moradora da Aerolândia, Maria Leonir Martins, reconhece o problema, mas acredita que é algo normal. "Fui uma das primeiras moradoras daqui, acho que esse engarrafamento é normal. Tem muito movimento na avenida, faz parte da vida em uma capital. As vezes uns guardas ficam aqui, fazem um trabalho brilhante, mas trânsito é trânsito", diz a dona de casa.
Um agente da Autarquia Municipal de Trânsito (AMC) esteve no local durante a manhã monitorando a situação, mas informou não possuir autorização para comentar o caso.
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Em nota enviada ao O POVO, a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) informa que já está avaliando soluções técnicas que otimizem o fluxo e aumente a segurança nos deslocamentos na referida região. “Atualmente, estão sendo realizadas simulações de tráfego nos horários de pico. Em relação ao semáforo situado no cruzamento da Av. Raul Barbosa com Rua Reinaldo, foi uma solicitação dos próprios moradores para acesso ao bairro. A AMC estuda outras possibilidades para continuar garantindo o acesso dos pedestres na região”, disse a entidade de trânsito em nota.