Saiba como prevenir a virose infantil nessa época de pré-estação chuvosa
Por possuírem sistema imunológico ainda em formação, crianças são as mais suscetíveis a doenças virais; especialistas dão dicas de como lidar com os desconfortos causados pelas viroses
10:13 | Nov. 26, 2019
Indisposição, falta de apetite, febre, vômito e diarreia. Esses são alguns dos sintomas das viroses, comuns no período de pré-estação chuvosa, e que atacam principalmente o sistema imunológico das crianças. Os vírus causadores de doenças gastrointestinais e respiratórias são facilmente transmitidos em ambientes fechados e com aglomerados de pessoas, o que se torna motivo de preocupação para pais, por conta da presença das crianças em escolas e creches.
Conforme a pediatra da Sociedade Cearense de Pediatria, Diva de Lourdes, a escola pode ser um ambiente favorável para infecções, pois as crianças estão sempre em contato com outras crianças. “Elas pegam nas mãos dos colegas, colocam a mão na boca, e isso facilita a contaminação. A escola tem que acostumar as crianças a lavar as mãos, e cada uma tem que ter e usar seu próprio utensílio de higiene e alimentação”, afirma a pediatra.
De acordo com ela, os pais devem também usar métodos de prevenção, como a lavagem do nariz com soro fisiológico no mínimo duas vezes ao dia, quando a criança chega da escola e antes de ir dormir. Havendo complicações respiratórias, a lavagem do nariz serve como forma de tratamento e alívio dos sintomas. “O soro serve para tirar a secreção; e se os pais notarem que o peito da criança começou a 'chiar' e ela tem febre alta por mais de 48 horas, devem procurar o serviço de saúde”, orienta a pediatra Diva de Lourdes.
Ao utilizar o soro fisiológico, os responsáveis devem posicionar a criança sentada e com a cabeça contida. Segundo a pediatra, não há problema caso a criança acidentalmente faça a ingestão do líquido. Contudo, é recomendado administrar apenas 2ml a 3ml do soro na lavagem do nariz, para evitar que a secreção seja desviada para o ouvido. Os pais devem ir aplicando o soro fisiológico aos poucos até que toda a secreção seja retirada.
Já o médico infectologista Robério Leite pontua que, além da etiqueta de higiene, os pais devem ensinar a criança a tossir e espirrar da maneira correta, utilizando lenços ou abafando com o cotovelo. Ele ainda chama a atenção para formas mais eficientes de prevenção: “É importante lembrar que o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza vacinas para crianças abaixo dos seis anos, para rotavírus, que causam doenças gastrointestinais, como a diarreia e o vômito; e também para o sarampo, que é altamente contagioso”, afirma o médico.
Em caso de sintomas de doenças gastrointestinais, como vômito e diarreia, a pediatra Diva de Lourdes afirma que não há necessidade de suspender o aleitamento materno - que é exclusivo para crianças de até 6 meses e incentivado até os 2 anos de idade. “Tem que aumentar a ingestão de líquidos, e se a criança está vomitando muito e não consegue evitar, deve-se procurar um serviço de saúde”, reforça a pediatra. Além disso, ela sugere que a alimentação usual seja reforçada com alimentos constipantes, como goiaba, maçã e banana.