Cid e Rede articulam bloco sem o PT
A exemplo do que já vem ocorrendo na Câmara dos Deputados, partidos que serão oposição ao governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), articulam um bloco para isolar o PT também no Senado.
O movimento tem sido feito pelo senador eleito Cid Gomes (PDT-CE), irmão de Ciro Gomes, e pelo senador reeleito Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
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A ideia é compor uma "bancada" de oposição formada por Rede, PDT, PSB, PPS e PSB. Juntos, esses partidos terão ao menos 13 senadores.
Ao formar o bloco no Senado, os partidos reunirão um número de parlamentares maior do que o próprio MDB, o maior partido da Casa, com 12 senadores a partir da próxima legislatura.
Além disso, a ideia do grupo é se diferenciar do PT, que teria uma bancada menor, de seis senadores a partir de 2019.
O cálculo leva em conta os cincos senadores eleitos pela Rede, os quatro do PDT e mais quatro de PSB e PPS, que contam com dois parlamentares cada.
Há ainda a possibilidade de o bloco ganhar um 14º integrante, caso o senador Reguffe (sem partido-DF) aceite convite para atuar em conjunto.
A intenção dos partidos ao articular um bloco é se diferenciar dos petistas na oposição a Bolsonaro, como estratégia para quebrar a hegemonia que o PT sempre teve no campo progressista.
A ideia vai ao encontro do discurso que o pedetista Ciro Gomes tem adotado desde que ficou em terceiro lugar na disputa presidencial, atrás de Bolsonaro e de Fernando Haddad, do PT.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) evitou criticar a formação do bloco, mas ironizou o viés ideológico da bancada. "É um movimento mais de centro. A gente é de esquerda", disse.
A senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT e deputada federal eleita, também minimizou o isolamento do partido, mas seguiu o mesmo tom de Lindbergh.
"Nós não temos problema de autoestima, somos de esquerda. Nós vamos fazer resistência. E nos momentos que pudermos estar juntos, vamos estar", afirmou.
Agência Estado