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Ferramenta para combater a desigualdade
Economia

Ferramenta para combater a desigualdade

Emprego e renda
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Tipo Notícia

Criar alavancas financeiras para empreendedores, que podem menos, tornam-se ainda mais necessário em estados onde a concentração de renda é muito grande. E o Ceará é um exemplo. Embora os microempreendedores individuais e empresas de pequeno porte sejam 86% das empresas ativas nos cadastros da Junta Comercial (Jucec), a arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) desta categoria que, em 2018, somou R$ 588,3 milhões, representou apenas 4,9% do total arrecadado no período.

Mas a situação já foi bem pior. Em dez anos, a arrecadação de ICMS destas modalidades de negócio no Estado era de R$ 261,3 milhões. Houve uma alta de 124,5% no período.

"Esta é uma ferramenta que, em vários lugares, já conseguiu mudanças muito representativas no que se refere a desenvolver o empreendedorismo de pessoas de baixa ou baixíssima renda. A ideia é dar um empurrãozinho para que aquela pessoa que está precisando de pouco dinheiro para comprar a máquina de costura ou o fogão para cozinhar possa empreender e que, dificilmente, encontraria nas linhas de crédito convencionais", avalia o professor dos MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ricardo Teixeira.

Para Jéssica de Freitas, 26, que era camelô, o microcrédito do programa Prospera, do banco Santander, foi primeiro uma oportunidade de garantir a sobrevivência na barraca de produtos eletrônicos erguida no meio da rua. Mas depois a chance de ir para a formalidade. Há um mês, ela tem uma loja na Galeria Pedro Jorge, no Centro de Fortaleza, vendendo no mesmo segmento, mas com mais opções e em maiores quantidades.

"Eu já tinha colocado na minha cabeça que não queria ficar na rua, queria algo melhor, e sem dúvida o microcrédito me ajudou muito nisso, abriu portas, acreditou em mim", comemora.

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