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Folia para todos os gostos na Gentilândia
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Folia para todos os gostos na Gentilândia

| PRÉ-CARNAVAL |
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DONA ARGENTINA curtiu o Pré-Carnaval com o neto Nelson Meneses (Foto: FABIO LIMA)
Foto: FABIO LIMA DONA ARGENTINA curtiu o Pré-Carnaval com o neto Nelson Meneses

Existe época ideal para se apaixonar? Se alguém arriscar a responder, dificilmente vai lembrar do Carnaval como o período do ano mais propício para o romance. Pobre mortal seria quem ousasse pensar nisso. Certamente essa resposta estaria condicionada ao desconhecimento do clima e energia exalados pelos foliões fortalezenses, os quais em meio ao glitter se apaixonam e se deixam enamorar por pessoas conhecidas ou nem tanto assim.

É o caso do trio de amigos Juliana Pereira, 25, Daniel Ximenes, 22 e Saturnino Sampaio, 20, que curtiram juntos, no último sábado, 9, o Pré-Carnaval na Praça da Gentilândia, no bairro Benfica. Em noite animada pelo som do bloco Meu Prazer, os três estavam solteiros.

"Na verdade, eu estou a procura de curtição mesmo, da vibe e do momento com os amigos", disse a moça, que teve a fala ponderada por Daniel. "Mas o que vier a acontecer já vai ser ótimo", gracejou. Saturnino seguiu na mesma pegada: "E eu estou apto a qualquer coisa". 

Ao caminhar pela famosa praça, recanto de universitários e da juventude da Capital, difícil é não presenciar as trocas de olhares e palavras no jogo da sedução entre os foliões. Abraçados enquanto trocavam beijos e carinhos, Jefthael Helano, 28, e Ítalo Souza, 18, destacaram a organização e a segurança do local, reforçada por agentes que transitavam em meio à folia.

"É a terceira vez que participo do Carnaval de Fortaleza. As bandas são sempre muito boas e multiculturais", declarou Jefthael. Ítalo disse acreditar que o clima carnavalesco talvez tenha aumentado a aceitação das mais diversas manifestações de amor. "Eu sinto que as pessoas estão mais abertas, principalmente ao público

LGBT", assegurou. 

De cara negando a efemeridade do já conhecido e julgado "amor de Carnaval", Maria do Carmo, 59, e Ronaldo Martins, 64, estavam com os braços entrelaçados quando avisaram que gostavam muito desta época. Com matrimônio há 36 carnavais, o casal não foi à Gentilândia sozinho, mas sob a companhia do filho, Felipe Martins, 31. Ele contou que desde os dez anos é levado pelos pais para curtir bloquinhos, seja nas praias, seja nas praças da Cidade. "Para mim, Carnaval é festa em família".

O Ciclo Carnavalesco é plural, múltiplo e para todas as pessoas que, assim como é para a dona Argentina Meneses, 80, também pode ser momento de amor para além da vida. Ela esteve na Praça da Gentilândia com filhos, netos, noras, amigos, "periquito e papagaio". Único que faltou foi o marido, José Augusto de Meneses, que faleceu há dois meses, aos 81 anos. "Ele gostava mais de Carnaval do que eu. Então eu vim para homenageá-lo". (Wanderson Trindade, especial para O POVO)

 

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