"Se tiver que tomar medidas mais duras de isolamento, irei tomar", diz Camilo
O governador do Estado Camilo Santana (PT) disse nesta sexta-feira, 1º/5, que pode endurecer as medidas de isolamento social adotadas no combate à pandemia do novo coronavírus no Ceará.
“Informo aos cearenses que, se tiver que tomar medidas mais duras de isolamento para enfrentar essa pandemia e proteger nossa população, irei tomar”, escreveu o governador nas redes sociais.
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O petista também disse que não recuará “um milímetro nessa missão” e que, “baseado sempre em fatos e na ciência”, continuará a formular ações que “possam ajudar salvar vidas”.
A declaração de Camilo se segue a uma medida judicial no Maranhão que estabeleceu “lockdown” para a capital do estado e sua região metropolitana.
Hoje, a taxa de ocupação de leitos de UTI em Fortaleza é de quase 98%. No estado, é de 82%.
Na última reunião da comissão que avalia protocolos para retorno ao trabalho no Ceará, realizada na terça-feira passada, a previsão era de que a capital cearense chegaria à exaustão do sistema, com 100% de ocupação, dentro de três ou quatro dias.
Considerado como uma alternativa extrema, o “lockdown” veta a circulação de veículos particulares e limita o trânsito de pessoas ao máximo, liberando somente serviços essenciais, tais como alimentação, farmácias etc.
No Maranhão, a determinação se estende a três municípios além de São Luís: São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa, que ficam na região metropolitana.
Na mesma reunião de terça-feira, o secretário da Saúde do Ceará, dr. Cabeto, traçou panorama grave para o avanço da infecção por covid-19 no Estado. O médico descartou a possibilidade de retomada das atividades neste momento, ainda que seguindo medidas de precaução.
Segundo dados apresentados no encontro, há necessidade de pelo menos 50 respiradores mecânicos por semana para atender a demanda de pacientes na rede pública cearense.
Governo e Prefeitura enfrentam dificuldade para liberar remessas de ventiladores que já foram comprados, como os 700 aparelhos encomendados à China.
Sem mais leitos de UTI, o risco é de completa ocupação das unidades especiais nesta semana, com formação de fila de espera.
A decretação de “lockdown” na Capital teria efeito de reduzir drasticamente a mobilidade de moradores num momento em que o distanciamento social tem sido desrespeitado e seus índices de adesão, caído.
O ato que impôs distanciamento e suspendeu atividades não essenciais foi assinado pelo governador em 19 de março. De lá para cá, já foi prorrogado três vezes. O decreto expira na próxima terça-feira, 5.
Antes disso, Camilo deve renová-lo, conforme membros da comissão do Governo e entidades da sociedade civil já haviam antecipado ao O POVO.