Isaquias Queiroz nas Olimpíadas: conheça o medalhista de ouro

O baiano Isaquias teve uma infância bastante complicada. Brasileiro fez questão de dedicar seus esforços à memória do treinador Jesus. Conheça o canoísta

O canoísta baiano Isaquias Queiroz, de 30 anos, é um dos representantes brasileiros nos Jogos Olímpicos. Em agosto de 2021, nas Olimpíadas de Tóquio, ele foi ouro na categoria C-1 1000 metros (m) da canoagem.

Foi a primeira medalha de ouro do atleta. Nos Jogos de 2016, no Rio de Janeiro, ele conquistou duas pratas e uma bronze. Antes mesmo do ouro em 2021, o canoísta já era esperança de subir ao pódio da competição.

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Isaquias é reconhecido não apenas pelas habilidades na água, mas também por sua história de vida. Ainda na infância, seus pais receberam a notícia de que ele morreria aos 3 anos devido a uma queimadura. Também chegou a ser raptado e perdeu um rim após cair de uma árvore.

As atribulações foram superadas pelo jovem, que logo com 17 anos venceu a categoria C-1 200 m no Campeonato Mundial Júnior, realizado na Alemanha. Veja todas as conquistas de Isaquias na canoagem mais abaixo.

Paris-2024: Isaquias vê briga apertada por recorde individual

Nos Jogos de Paris 2024, o Brasil visa superar a marca coletiva de maior número de medalhas em uma mesma edição. Dois atletas disputam o privilégio de ocupar o posto de atleta mais vencedor do País: Isaquias Queiroz e a ginasta Rebeca Andrade.

O baiano está focado em conseguir mais medalhas, mas sabe que tem uma "rival" muito qualificada nessa disputa. "[Rebeca] vai ter cinco provas na Olimpíada e pode conseguir mais medalhas do que eu", argumentou.

"Vou focar na execução do meu trabalho. E a consequência do resultado é o que eu treinei. Jesus [Morlán, ex-técnico] sempre falava, e eu levo isso para mim, que a canoagem não é basquete. Você pode estar perdendo de dois pontos ali. Faltando um décimo, arremessa uma bola de três e ganha o jogo. Na canoagem, o que você faz no treino você vai fazer na competição. Não tem milagre", refletiu Isaquias.

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Paris-2024: Isaquias será porta-bandeira

Junto de Raquel Kochann, Isaquias será um dos porta-bandeiras a representar o Brasil na cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris-2024. "Fico muito feliz de poder representar minha Bahia, meu Nordeste, o Brasil inteiro", agradeceu ele.

"Vai ser uma cerimônia incrível. Principalmente por poder representar minha modalidade, ainda tímida no Brasil. Botar nossas garrinhas para fora. Com certeza, depois de Paris, o pessoal vai ter mais conhecimento sobre essa grande modalidade".

"É uma experiência incrível poder representar o seu país. Eu tive a oportunidade no Rio de fazer o fechamento. Mas agora, ser o porta-bandeira na abertura, vai ser uma coisa muita especial", acrescentou.

"Prometi e fui atrás" do ouro em 2021, diz Isaquias

Antes do ouro nas Olimpíadas de Tóquio, Isaquias havia ficado na quarta posição da categoria G-2 1000 m, em dupla com o também baiano Jacky Godmann. Na sequência, Isaquias prometeu que ganharia o ouro na C-1 1000 m.

E assim aconteceu. Após a prova vitoriosa, o canoísta afirmou à TV Globo: "Prometi e fui atrás. Feliz por dar essa medalha de ouro para vocês do Brasil. Era só um menino brincando com os amigos e hoje sou campeão olímpico".

Isaquias destaca importância de treinador

Durante sua passagem por Tóquio 2021, Isaquias fez questão de dedicar seus esforços à memória do treinador Jesus Morlán, que morreu em 2018 em decorrência de câncer no cérebro.

"Foi um cara que mudou a trajetória da canoagem do Brasil", pontuou Isaquias sobre Jesus. "Um cara que merece todo elogio por todas as conquistas que teve e pelo que estava fazendo mesmo com o tratamento do câncer".

"Para mim, é uma honra poder remar aqui e tentar mostrar para o Brasil que o trabalho dele segue, que podemos mostrar à família dele que levamos o nome do Jesus mesmo ele não estando mais fisicamente aqui".

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Veja medalhas e conquistas de Isaquias Queiroz

  • 2013 — Mundial de Canoagem Velocidade (Alemanha) — ouro
  • 2013 — Festival Olímpico Australiano da Juventude — 2 ouros
  • 2016 — Jogos Olímpicos de 2016 (Rio de Janeiro) — 2 pratas e 1 bronze
  • 2019 — Jogos Pan-Americanos de 2019 (Lima) — ouro
  • 2021 — Jogos Olímpicos de 2020 (Tóquio) — ouro

(Com Wanderson Trindade, Mateus Brisa, Iara Costa e Agência Brasil)

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