Atiradora viral sul-coreana Kim Ye-ji sonha com o ouro em Los Angeles
Ela recorda do dia em que tudo mudou, quando, na escola, seu professor pediu voluntários para atirar. Ela não estava, mas mesmo assim foi escolhida
08:55 | Out. 24, 2024
O sangue frio tornou essa medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 em uma estrela das redes sociais. A sul-coreana Kim Ye-ji continua sua carreira esportiva, com o ouro de Los Angeles-2028 em sua mira.
A atleta deve a fama nas redes sociais à sua forma de executar o disparo, com uma postura de estátua de mármore, com a arma na mão direita e com cabelo puxado para trás sob um boné com a viseira para trás. Por trás dos óculos de aro de metal, seus olhos fixos no alvo: recorde mundial, aplausos e uma atitude impassível.
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Um vídeo do tiro, efetuado durante uma competição em maio, foi compartilhado entre outros por Elon Musk durante os Jogos Olímpicos, catapultando a calma atiradora olímpica ao status de estrela viral.
A sul-coreana deixou Paris-2024 com a prata na categoria pistola de ar 10 metros, mas em sua infância nada parecia indicar que este seria seu destino. Depois de enfrentar o grito das fãs emocionadas durante um dia de promoção em um campo de tiro de Seul, a jovem de 32 anos repassa sua carreira para a AFP.
Ela recorda do dia em que tudo mudou, quando, na escola, seu professor pediu voluntários para atirar. Ela não estava, mas mesmo assim foi escolhida. Tinha 12 anos e a pistola era muito pesada para ela, mas seu destino mudou: "Simplesmente achei legal".
Restava convencer os pais, céticos sobre o esporte: "Durante três dias não comi e chorei suplicando que me autorizassem a fazer", explica Kim.
"Em meus estudos não tinha um objetivo claro à vista, mas com o tiro... sabia que tinha que ser a melhor", conta a esportista, que dedicou desde então toda sua vida a "um só objetivo, ganhar uma medalha". Um objetivo que cumpriu na França com uma repercussão inimaginável.
As redes sociais elogiam seus nervos de aço e o bilionário Elon Musk a imagina em um filme de ação. Mas Kim, em sua bolha, não estava ciente de todo barulho. "Não me via como alguém especial e também não vejo assim hoje."
Uma concentração que, no entanto, não era inata: "Não era muito boa para me concentrar", afirma, dizendo ter tido que trabalhar em seu olhar, que deve se manter ultraconcentrado para "acalmar os nervos".
"De personalidade inquieta", Kim se transforma com a pistola na mão: "meu braço não é mais simplesmente meu braço, faz parte da pistola completamente".
De volta à Coreia do Sul, se viu submersa sob uma tempestade de pedidos de entrevistas, convites para colaborar com marcas como Louis Vitton e, até mesmo, uma proposta para aparecer em uma obra de ficção no papel de uma matadora de aluguel. (Por Cat Barton e Kang Jin-Kyu/ AFP)