Escalada esportiva: o que é, origem, regras, tipos e mais - Olimpíadas

A modalidade olímpica chegou à competição em Tóquio 2020 e se mantém na edição francesa de 2024. Saiba mais sobre escalada esportiva e seus diferenciais

Se nos Jogos Olímpicos de Tóquio a escalada esportiva fez a sua estreia como modalidade, o esporte segue fazendo história na edição de Paris 2024. O motivo tem nome, sobrenome e uma medalha de ouro: Aleksandra Miroslaw, a polonesa que quebrou dois recordes mundiais no mesmo dia.

O feito aconteceu nas provas qualificatórias da velocidade feminina nesta quarta-feira, 7. O primeiro recorde, no duelo com Aleksandra Kaluchka, foi de 6,19 segundos (a marca anterior era de 6,24 segundos); o segundo, na final pelo ouro com a chinesa Deng Lijuan, 6,10 segundos.

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Mas a curiosidade pelo novo esporte olímpico não se limita à Miroslaw e pode estar conectada à sua atividade nas redes sociais. No TikTok, aplicativo popularizado pela Geração Z, uma publicação no perfil oficial em português dos Jogos Olímpicos com a performance da atleta alcançou mais de 1 milhão de visualizações.

“O que você faz em 6.84 segundos?”, questiona a gravação. Na legenda, as hashtags “climbing” e seu equivalente na língua portuguesa, “escalada”, parecem encontrar usuários curiosos, com 734 comentários sobre o esporte.

Quer conhecer mais sobre a escalada esportiva e sua atuação no Brasil? Confira o perfil do esporte a seguir.

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O que é escalada esportiva?

A escalada esportiva é uma modalidade olímpica que pode ser praticada tanto ao ar livre, quanto em um espaço fechado. No esporte, o escalador, utilizando equipamentos de proteção, deve subir em uma rota pré-equipada ou em paredes com agarras fixas na parede.

De acordo com o portal oficial dos Jogos Olímpicos, em parceria com a Federação Internacional de Escalada Esportiva (IFSC), existem mais de 25 milhões de praticantes em 150 países em todo o mundo.

O espaço também destaca a modalidade como “um esporte moderno que se tornou bastante popular nos últimos 20 anos”, com 39% dos atletas com menos de 18 anos. Nesse contexto, a decisão de incluí-lo em Tóquio e mantê-lo em Paris vem de encontro aos esforços do Comitê Olímpico Internacional (IOC) em conectar suas modalidades com a juventude.

O apelo entre os espectadores mais jovens aparece em pesquisas feitas pelo próprio IOC, indicando que o skate, o surfe, a escalada esportiva, o BMX estilo livre e o basquete 3X3 são populares nas plataformas digitais.

“Questionados sobre a inclusão dos três primeiros no programa de Tóquio 2020, 71% das faixas etárias mais jovens estavam mais propensas a concordar que eles tornaram os Jogos Olímpicos mais atraentes, com 81% do público dizendo que gostaram de assisti-los”, explica o comitê.

De acordo com Iale Renan Magalhães, escalador há quase 13 anos e instrutor de escalada nas aulas indoor e outdoor no espaço Escalada Ceará, o perfil dos alunos, entre homens e mulheres, é de pessoas majoritariamente jovens, com variações dos 10 aos 60 anos. “O aluno mais velho da gente tem pouco mais de 60 anos”, indica.

“A primeira edição da escalada nas Olimpíadas foi em Tóquio, em 2021, na verdade. Mas a escalada no Ceará vem se popularizando, vem crescendo, principalmente pela questão de que após a pandemia as pessoas vêm buscando atividades ao ar livre”, completa.

Escalada esportiva: origem da modalidade e presença no Ceará

Não existe um consenso sobre a origem exata da escalada esportiva, mas a sua primeira competição aconteceu em 1985 em Bardonecchia, na Itália, sob o título “SportRoccia”. Na época, os competidores escalaram com um tempo limite.

39 anos depois do evento italiano, a escalada esportiva estreou nas Olimpíadas em Tóquio. “A decisão de o esporte agora ter se tornado olímpico de fato fez com que várias pessoas já fossem influenciadas a começar na escalada, por mais que ela não seja em rocha”, considera Magalhães.

“Antes mesmo de existirem ginásios de escalada, ela surgiu primeiramente na natureza, em faces rochosas. E antes disso, era basicamente o alpinismo e o montanhismo”, completa.

O instrutor, certificado pela Confederação Brasileira de Escalada como juiz de boulder, além de técnico e treinador, não nega o incentivo pessoal do público, mas relata o “pouquíssimo incentivo” a esse tipo de atividade nas principais cidades que possuem escalada em rocha.

“Aqui no Ceará, nós temos algumas cidades, entre elas está o Quixadá, que é um paraíso para a escalada de rochas e esportes ao livre, com pouquíssimo incentivo à prática”, diz. “Pouca gente conhece e pouca gente incentiva. Então ainda tem esse pequeno problema a ser driblado, porque o esporte vem sendo difundido de maneira contínua”.

Escalada esportiva: tipos e regras

Como modalidade olímpica, a escalada esportiva recebeu a estipulação de regras aos seus participantes, explicadas a seguir.

Speed (velocidade)

A prova de velocidade (speed) apresenta uma parede de 15 metros com inclinação de cinco graus para que os homens possam realizar a escalada em seis segundos e as mulheres, em sete.

Na competição, uma das mais rápidas nos Jogos, dois competidores disputam para definir quem chega primeiro ao topo.

Boulder

No boulder, os atletas devem escalar paredes de 4,5 metros de altura. Tudo isso sem utilizar cordas, com um tempo limitado e poucas tentativas. “Basicamente, é só a sapatilha e o magnésio”, explica Iale Magalhães: “Sempre são vias diferentes, agarras diferentes, posicionamentos diferentes”.

Lead (guiada)

Na prova guiada (lead), os atletas devem subir o mais alto possível dentro de seu tempo limite, em seis minutos, sem ter visto o percurso antes. A parede tem mais de 15 metros de altura e os percursos vão se tornando mais complexos em cada prova, como destacam as regras apresentadas pelos Jogos Olímpicos.

O instrutor Iale Magalhães destaca a presença de corda, uma “cadeirinha” e sapatilha de escalada, além de outros equipamentos de segurança.

Escalada esportiva: mais um recorde olímpico

Em 2024, na mesma edição de Aleksandra Miroslaw, outro escalador se destacou nas Olimpíadas: o norte-americano Samuel Watson. O atleta foi responsável por bater um recorde de escalada de velocidade na terça-feira, 6, durante as provas eliminatórias. 

Aos 18 anos, Watson escalou a parede de 15 metros em 4,75 segundos, melhorando sua própria marca de 4,79 segundos, definida ainda em abril deste ano.

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