Taurinos no pódio? Nascer no início do ano favorece campeões; entenda

"Algum astrólogo para explicar o fenômeno das medalhistas taurinas?" escreveu um internauta no X. Seria coincidência quatro taurinas no pódio brasileiro (veja lista abaixo)? Pessoas do signo de touro, nascidas entre 20 de abril e 20 de maio, são conhecidas por sua determinação e força de vontade, mas é a ciência que explica esse fenômeno.

A verdade é que um atleta precisa de vários fatores para se destacar nas Olimpíadas, incluindo um bom condicionamento físico, muito treino, resiliência, foco e, em alguns casos, ter nascido na época certa do ano.

Isso porque a data de nascimento de um atleta pode afetar sua probabilidade de ter sucesso no início da carreira em algum esporte. Entenda o motivo.

Efeito da idade relativa: nascer no começo do ano traz vantagem aos atletas

O efeito da idade relativa acontece porque, muitas vezes, os iniciantes em esportes são treinados em categorias estabelecidas com base na idade. Isso leva crianças em diferentes fases de desenvolvimento a competirem entre si.

As crianças mais desenvolvidas, por nascerem primeiro, se destacam em experiência, força, peso, altura e até coordenação motora.

Portanto, quando duas crianças competem entre si tendo nascido com 11 meses de diferença, por exemplo, aquela que nasceu primeiro tende a estar em vantagem. É importante lembrar que a idade influencia, mas não é determinante.

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Efeito da idade relativa em atletas brasileiros

Um estudo divulgado no Portal de Revistas da Universidade Católica de Brasília mostrou que, dos 543 atletas pertencentes à delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004, de Pequim 2008 e de Londres 2012, 54,68% nasceram no primeiro semestre.

No basquete masculino o efeito da idade relativa foi mais observado, pois 74,9% dos atletas nasceram no começo do ano. Já na ginástica artística masculina e feminina, 66,6% dos atletas nasceram no começo do ano durante as edições analisadas.

Medalhistas brasileiros em 2024 que nasceram no começo do ano

Os brasileiros que ganharam medalhas nas Olimpíadas de Paris 2024 até agora confirmam em parte a tendência do mês de nascimento observada nas pesquisas.

Dos 18 medalhistas, dez nasceram até o mês de maio — sendo quatro deles taurinas: Rafaela Silva, Rebeca Andrade, Beatriz Souza e Tatiana Weston-Webb.

As exceções da lista são: 

• Ketleyn Quadros, bronze no judô por equipes mistas, que é de 1 de outubro de 1987;
• Jade Barbosa, bronze na ginástica artística por equipes, que nasceu e 1º de julho de 1991;
• Bia Ferreira, bronze no boxe, nascida em 9 de dezembro de 1992;
• Gabriel Medina, bronze no surfe, que veio ao mundo em 22 de dezembro de 1993; 
• Rafael Macedo, bronze no judô por equipes mistas, nascido em 15 de setembro de 1994;
• Flávia Saraiva, bronze na ginástica artística por equipes, de 30 de setembro de 1999;
• Augusto Akio, bronze no skate park, que é do dia 12 de dezembro de 2000; e
• Julia Sores, bronze na ginástica artística por equipes, nascida em 23 de agosto de 2005.

Dez medalhistas do Brasil nas Olimpíadas 2024 nasceram até maio:

• Caio Bonfim - prata na marcha atlética - 19 de março de 1991
  
• Rafaela Silva - bronze no judô por equipes mistas - 24 de abril de 1992 
• Leonardo Gonçalves - bronze no judô por equipes mistas - 1 de março de 1996
  
• Tatiana Weston-Webb - prata no surfe - 9 de maio de 1996
• Lorrane Oliveira - bronze na ginástica olímpica por equipes - 13 de abril de 1998
• Beatriz Souza - ouro no judô - 20 de maio de 1998
  
• Larissa Pimenta - bronze no judô individual e bronze no judô por equipes mistas - 1º de março de 1999
  
• Rebeca Andrade - ouro, duas pratas e um bronze (por equipes) - 8 de maio de 1999
• Willian Lima - prata no judô individual e bronze no judô por equipes mistas - 31 de janeiro de 2000
  
• Rayssa Leal - bronze no skate street - 4 de janeiro de 2008