O "Dream" de ver o "Team": astros do basquete dos EUA roubam a cena contra o Brasil
Em duelo previsível, Brasil cai nas quartas de final do basquete masculino, mas torcida realiza sonho de ver os maiores astros do esporteA classificação às quartas de final da seleção brasileira de basquete masculino já foi, por si só, um "milagre". Apenas um segundo poderia manter acesa a esperança de uma medalha olímpica 60 anos após a última. O que não veio.
A derrota (122 a 87) já era esperada. No entanto, mais esperada do que a derrota era a oportunidade de ver de perto as lendas em ação. Do lado americano, LeBron James, Kevin Durant e Stephen Curry eram os nomes que mais atraíam os olhares dos presentes à Arena Bercy.
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Como o de Pedro Galvão, por exemplo, que, aos 34 anos, voou de Madri, onde mora com a esposa há um ano e meio, para ver de perto o Dream Team americano. “Eu nem vinha, mas meu amigo me convenceu aos 45 do segundo tempo e está sendo uma semana dos sonhos da minha vida”, conta o brasileiro.
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“Foi diferente, eu não sabia como iria me sentir. Se o Brasil jogar qualquer coisa, pingue-pongue, badminton, basquete, futebol, a gente quer ver raça, a gente vai torcer e gritar, mas eu me peguei batendo palmas para o LeBron, para o Anthony Edwards, para o show que os caras dão”, relata Pedro.
Pedro sempre teve o sonho de ser jogador de basquete e seguir os passos do pai, o pernambucano Eduardo Agra, que atuou pela seleção brasileira entre os anos de 1976 e 1984, período em que foi bronze no Mundial de 1978, nas Filipinas. Crescendo em um ambiente de esportes, começou a praticar basquete aos seis anos e jogou até os 20.
“Foi meu sonho, mas também é a minha paixão de vida. Foi o que formou meu caráter, formou a pessoa que sou hoje, o marido e o filho que sou hoje. Muito mais do que um esporte. Isto aqui para mim é a minha paixão”, completa, ainda extasiado pelo que acabara de presenciar.
Mesmo sabendo da dificuldade e da improbabilidade de uma vitória, Pedro e os amigos Henrique Farinelli e Rodrigo Canteli não deixaram de apoiar o país. “Nosso principal foco era ver o Brasil jogar, mas ter a oportunidade de ver esses astros, que são intocáveis, tão distantes da nossa realidade, realmente é algo completamente marcante”, conta Rodrigo.
Henrique lembra que o jogo também marcou a despedida de Marcelinho Huertas, de 41 anos, da seleção brasileira e comemora o autógrafo que conseguiu na camisa. “Ele cumprimentou todo mundo, é uma lenda, o cara fez muito pelo basquete brasileiro”.
Talvez, esta tenha sido a derrota menos dolorida do Brasil nesta terça-feira, 6. A sensação é que todos saíram satisfeitos, principalmente o torcedor.
*Correspondente O POVO em Paris
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