Enquanto isso em Paris: Brasil vive domingo de frustrações nas Olimpíadas

O Brasil viveu um dos dias mais difíceis desde o início da disputa das Olimpíadas de Paris-2024. Neste domingo, 4, o time Brasil viu o favorito Hugo Calderano perder a medalha do tênis, a atleta Valdileia Martins desistir da final do salto com altura por lesão e D'Almeida ser eliminado das finais do tiro ao arco pelo campeão na modalidade. Apesar disso, a equipe conquistou classificações no caiaque cross, com Ana Sátila, e no vôlei de praia com Evandro e Arthur.

O vôlei foi a principal modalidade do dia para o time verde e amarelo. Classificado, o time de quadra feminino do Brasil bateu a Polônia por 3 sets a 0, com parciais de 25 a 21, 38 a 36 e 25 a 14. No vôlei de praia, o dia começou com resultados em baixa, somando apenas uma classificação ao final das disputas.

A dupla André e George foi superada em 2 sets a 0, com parciais de 21-16 e 21-17, pelos alemães Wickler e Ehlers, ficando de fora das quartas de final. Na mesma modalidade, a dupla Carol Solberg e Bárbara foram derrotadas por 2 sets a 0, com parciais de 24 a 22 e 21 a 14, pelas australianas Mariafe e Clancy e também se despediram da busca por medalhas.

O único triunfo ficou por conta da dupla Evandro e Arthur, que com facilidade superou os holandeses Van de Velde e Immers por 2 sets a 0, com parciais duplas de21 a 16.

O embate foi marcado principalmente pelas vaias a Van de Velde, condenado por estupro de uma menina de 12 anos quando ele tinha 19. Ele cumpriu um dos quatro anos de pena até a sentença ser diminuída pela lei holandesa, que reclassificou o crime como "atos indecentes".

Tristeza pelo bronze perdido

Uma das principais tristezas do dia para os brasileiros foi a perda do bronze de Hugo Calderano. O mesatenista, que se tornou um dos favoritos a medalhar para o Time Brasil, foi superado pelo francês Feliz Lebrun por 4 sets a 0, com parciais de 11/6, 12/10, 11/7 e 11/5 na busca pela honraria.

Na saída da disputa, além de chorar copiosamente pela medalha quase alcançada, Calderano assumiu que a derrota para o sueco Truls Moregardh nas semifinais acabou afetando-o na busca pela medalha, mas salientou que não será o fim da linha da própria carreira.

“Com certeza a minha carreira não acaba aqui, eu acho que ainda tenho muito mais para dar para o tênis de mesa brasileiro. É claro que eu vou precisar assimilar esse resultado, que foi positivo mas muito decepcionante no final, mas com um tempo vou voltar com calma”, afirmou Hugo.

Marcus D'Almeida batido pelo campeão no tiro com arco

Marcus D'Almeida foi outro a provar do amargo da derrota para o Time Brasil neste domingo, 4. Ele foi batido por 7 a 1 pelo sul-coreano Kim Woo-Jin nas oitavas de final. O adversário acertou 11 das 12 flechas lançadas com pontuação máxima.

Posteriormente, o sul-coreano se consagrou campeão do torneio individual masculino ao vencer Brady Ellison por uma vantagem de apenas três milímetros ao alvo. 

Lesão tira brasileira da final do salto em altura

Nenhuma desclassificação foi tão dramática quanto a de Valdileia Martins. A atleta iniciou a corrida, mas não conseguiu concluir o salto em altura pela final da modalidade, ficando totalmente de fora da disputa por medalha. A atleta desistiu do salto ainda na corrida por voltar a sentir uma lesão no tornozelo esquerdo durante as classificatórias. Ela fez todo o ciclo olímpico em Paris-2024 lidando com o luto do falecimento do próprio pai.

O único resultado positivo que o Brasil acabou somando no dia com o atletismo foi a classificação de Eduardo de Deus para as semifinais do 110 metros com barreira. Após o avanço, ele salientou que tem como meta de passar a própria melhor marca.

"Fiz uma corrida bem tranquila, mais de recuperação mesmo. Agora, é focar na semifinal para fazer a minha melhor marca e passar. Estou muito bem preparado, procurando a minha melhor marca. Ontem, estava muito ansioso, não consegui dormir. Estou feliz de ter passado. É descansar e focar na semifinal", disse ao Sportv.

Altos e baixos na canoagem cross

Na canoagem cross, por mais um dia os brasileiros Pepê Gonçalves e Ana Sátila caíram nas águas em busca de uma vaga nas quartas de final. Ambos os brasileiros fizeram boas provas, mas apenas Ana Sátila seguirá para as quartas mirando uma vaga na final. 

Ela iniciou a corrida na sétima bateria, em desvantagem, mas conseguiu se recuperar após o primeiro obstáculo e terminou a prova na segunda colocação. A atleta correu ao lado da francesa Angele Hug, classificada junto a ela, da espanhola Miren Lazkano e da eslovena Eva Alina Hocevar.

O enredo foi diferente com Pepê Gonçalves. Apesar de terminar a própria bateria na segunda colocação, o brasileiro foi desclassificado após sofrer uma punição por não dar a volta completa em um dos obstáculos. Ao lado dele, correram o japonês Yuuki Tanaka, responsável pelo lance da punição do brasileiro, e o neozelandês Finn Butcher e o esloveno Benjamin Savsek, que acabaram classificados.

Fim da linha no boxe

Única lutadora brasileira a entrar no ringue neste domingo, Jucielen Romeu se despediu dos Jogos Olímpicos nas quartas de final da categoria até 57kgs com uma derrota diante da turca Yildiz Kahraman por 4 a 1. Com o revés, o país finaliza a modalidade com uma medalha de bronze alcançada com Bia Ferreira nos 60 kgs.