Vacilo de Calderano não diminui feito histórico, e sonho de medalha segue vivo

Mesatenista brasileiro disputa o bronze contra francês, neste domingo, 4, e pode se tornar o primeiro medalhista olímpico da modalidade no País

Sentimentos são impossíveis de ser mensurados ou comparados. No entanto, se tivesse uma aposta aleatória de qual atleta brasileiro está mais triste e abatido após a primeira semana de Jogos Olímpicos em Paris, um nome forte seria o do carioca Hugo Calderano.

A imagem do mesatenista após a semifinal, em que perdeu para o sueco Truls Moregardh, é de um abatimento visível. Claro que toda derrota é dolorida, mas a forma que se perde dita a intensidade e a forma da dor. E Calderano sentiu na pele o gosto agridoce do "quase".

É + que streaming. É arte, cultura e história.

+ filmes, séries e documentários

+ reportagens interativas

+ colunistas exclusivos

Antes de mais nada, vale ressaltar: o que o brasileiro conquistou em Paris, ninguém tira. O tênis de mesa chegou onde jamais havia conseguido até então, entre os quatro melhores do mundo. Isto, por si só, já seria suficiente para o carioca voltar ao Brasil com orgulho e a sensação de dever cumprido.

Porém, o instinto de atleta de alto rendimento, juntamente com o sentimento natural dos milhares de torcedores que conquistou, fez o País acreditar que dava para a história ganhar proporções ainda maiores com uma possível final. E o primeiro set, quando Calderano abre 10 a 5 no placar, fez a Arena Paris Norte tremer.

Mas aí veio o vacilo: foram sete oportunidades consecutivas de fechar o primeiro set e não conseguiu. Viu, ao contrário, o sueco fazer sete pontos consecutivos e conquistar o primeiro set por 12 a 10. A partir daquele momento, já estava bem claro para todos os presentes que Hugo havia sentido o golpe.

Mesmo com um segundo set apertado (16 a 14), novamente vencido por Moregardh, o brasileiro seguiu errando jogadas que não costuma errar. Quando venceu o terceiro set, por 11 a 7, até se criou um clima de reação, mas o adversário fez questão de devolver o placar no quarto set.

Apesar de ter se instalado um clima de "já ganhou", por parte do sueco, Calderano conseguiu conquistar o quinto set, vencendo por 12 a 10, e diminuindo a vantagem para apenas um set. Mas Moregardh só precisava vencer mais um e foi justamente o sexto, por 11 a 8, sem muitos sustos para fechar o placar em 4 a 2.

Ao fim, cabisbaixo, o mesatenista brasileiro recebeu o carinho dos torcedores, que fizeram muito barulho gritando pelo nome dele e aplaudindo bastante. Mas não era suficiente. Estava estampado na cara dele que não era suficiente.

“Fica um pouquinho da sensação de frustração, mas, sinceramente, deu para ver que ele jogou muito bem, o jogo foi ótimo e o que importa é que ele chegou até aqui, o resultado já é histórico. Obrigado, Hugo Calderano”, comemorou o engenheiro civil Rodrigo Pimenta, com uma bandeira do Brasil enrolada no pescoço.

Não é porque não chegou à final que a história que Hugo Calderano tem protagonizado no tênis de mesa brasileiro não pode se tornar maior. O atleta pode se tornar o primeiro medalhista olímpico da modalidade no Brasil e, para isso, precisa vencer o francês Felix Lebrun, neste domingo, 4, às 8h30min (horário de Brasília).

*Correspondente do O POVO nas Olimpíadas de Paris 2024

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar