Classificação não pode esconder atuações pífias da seleção feminina em Paris

Brasil enfrenta a França, no próximo sábado, 3, pelas quartas de final do torneio olímpico

Fora a classificação às quartas de finais, que veio mais por demérito dos demais adversários do que propriamente por mérito brasileiro, não existe mais o que se comemorar quando o assunto é a seleção de futebol feminino do Brasil. Na verdade, apenas lamentos.

A derrota para as atuais campeãs mundiais, nesta quarta-feira, 31, no Estádio de Bordeaux, a 500km da capital francesa, expôs, mais uma vez, um time frágil, sem personalidade e sem tática.

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Não apenas no segundo tempo, quando esteve por 61 minutos com uma jogadora a menos, depois da expulsão infantil da capitã e Rainha Marta, ainda no primeiro tempo. Pelo contrário, defeitos presentes durante os 44 minutos do primeiro tempo, quando o técnico Arthur Elias tinha o time completo.

Isto não fica claro apenas nas estatísticas da etapa inicial, em que a Espanha teve 55% de posse de bola, nove finalizações contra apenas uma do Brasil, sete escanteios contra dois e as cinco defesas importantíssimas da goleira Lorena.

Mas os milhares (não muitos) de torcedores que estiveram presentes no Estádio de Bordeaux e os outros milhões de espectadores ao redor do mundo viram as brasileiras praticamente assistindo às espanholas jogarem e, vez ou outra, quando dava, ensaiavam um contra-ataque.

Não agradou ao público presente

Alê é cantora, nascida em Salvador (BA), e, há 13 anos, mora na França. Desde os 12 anos de idade não ia a um estádio de futebol, o último havia sido a Fonte Nova. Para ver a seleção feminina, colocou a camisa do Bahia e se decepcionou.

“Esquema tático horrível, um buraco no ataque, não tinha ataque nenhum. Pena que a Marta recebeu cartão vermelho, foi feio para terminar uma carreira na seleção”, analisou.

(Possível) Despedida melancólica

Com a expulsão e aos 38 anos de idade, Marta só voltará a vestir a camisa verde-e-amarela em Olimpíadas caso o Brasil consiga fazer o que não fez nas duas últimas Copas do Mundo: vencer a França.

O time da casa foi responsável pela eliminação brasileira nas oitavas de final de 2019 e também voltou a vencer na fase de grupos do último Mundial, em 2023, na Austrália e Nova Zelândia.

A camisa 10 da canarinha deixou o campo aos prantos e inconsolável. Do lado de fora, os torcedores presentes tentavam um acalento. Aplaudiam e gritavam pelo nome da Rainha, incrédulos que pudesse ser assim, desta forma abrupta e triste, que a história magnífica da maior jogadora brasileira de todos os tempos pudesse chegar ao fim.

“A única coisa que dá para dizer para a Marta é: ‘Obrigada, mulher!’”, garante Alê. “Ela colocou a mulherada lá em cima, incentivou toda uma garotada feminina a entrar no esporte que é a nossa bandeira nacional, ela tem um trabalho irretocável, deu muito ao país. Não é por causa de um jogo em que ela recebe cartão vermelho que vamos virar o rosto para ela. A Marta só merece aplausos e muito carinho”, finalizou a cantora baiana.

*Correspondente do O POVO nas Olimpíadas de Paris 2024

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