Cearense vai representar Portugal nas Olimpíadas de Paris 2024
Nascida em Fortaleza, Eliana se mudou para o país europeu quando ainda tinha 18 anos
15:07 | Jul. 25, 2024
A lista de cearenses que vão participar das Olimpíadas de Paris 2024 pelo Brasil poderia ser maior se Eliana Bandeira, atleta do arremesso de peso, não tivesse optado por defender as cores de Portugal nos Jogos Olímpicos.
Nascida em Fortaleza, Eliana se mudou para o país europeu quando ainda tinha 18 anos. Hoje, aos 28, a atleta disse, em entrevista ao portal UOL, que se identifica “muito mais como tuga do que como brasileira”. Mas pontuou: "Não pode falar mal do Brasil na minha frente".
Eliana não será a única brasileira a defender a bandeira portuguesa: Rochele Nunes e Bárbara Timo, do judô, também são outras brasileiras a competirem por Portugal nas Olimpíadas. A diferença, explicou Eliana, é que a mudança para o Velho Continente veio ainda antes de consolidar sua carreira como atleta.
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"Vim para Portugal quando completei 18 anos. O único título que tive no Brasil foi um vice-campeonato brasileiro sub-15, ou sub-20, alguma coisa assim", disse Eliana ao recordar da medalha de prata no Campeonato Brasileiro Júnior de 2015, no peso. Na época, a portuguesa participava de provas de heptatlo e resolveu se arriscar na nova prova.
Viagem a Portugal
Treinando em Fortaleza, a atleta juntou dinheiro para realizar uma viagem e passar três meses em Portugal para treinar com outros atletas de nível olímpico, como Nelson Évora, medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de 2008, exemplo citado por Eliana.
O convite para Eliana ficar no que seria sua futura nação partiu dos próprios europeus, que gostaram do seu desempenho. Ao relembrar desse passado e olhar para o seu presente, a portuguesa se questiona se estaria onde está caso tivesse permanecido no Brasil.
"Será que eu tinha chegado a esse nível internacional, será que tinha chegado a esse nível como atleta se estivesse no Brasil? Não sei. Ao longo dos anos, fui percebendo que eu era muito bem assessorada aqui. Não tenho do que reclamar, o atletismo é minha profissão, tenho um clube que me apoia, o comitê olímpico que fornece estrutura. Mas meus colegas que ficaram no Brasil obviamente relatam dificuldade de se manter no esporte”, revelou.