Atletas brasileiros viajam a Paris para recuperar vaga nas Olimpíadas; entenda
Max Batista (marcha atlética), Hygor Gabriel (revezamento 4x100m) e Lívia Avancini (arremesso de peso) ficaram de fora da delegação brasileira mesmo classificados após erro no protocolo de teste antidoping
17:37 | Jul. 22, 2024
Três atletas brasileiros irão chegar em Paris nesta terça-feira, 23, para uma missão super importante: recuperar a vaga perdida nos Jogos Olímpicos. Os competidores Max Batista (marcha atlética), Hygor Gabriel (revezamento 4x100m) e Lívia Avancini (arremesso de peso) ficaram de fora da delegação do Comitê Olímpico do Brasil (COB) mesmo classificados após erro no protocolo de teste antidoping que deveria ter sido feito em três etapas com 21 dias de intervalo entre cada exame sem qualquer aviso prévio.
Agora, com recursos da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), eles foram para França em busca de tentar, sob recurso da Corte Arbitral do Esporte AdHoc Division — que funciona dentro das Olimpíadas e costuma julgar casos em pouco tempo —, recuperar a classificação desperdiçada.
Entenda o caso
Os atletas Max Batista (marcha atlética), Hygor Gabriel (revezamento 4x100m) e Lívia Avancini (arremesso de peso) cumpriram todos os critérios para conquistar a vaga olímpica, mas ficaram de fora da listagem final dos convocados pela CBAt por não terem passado por, no mínimo, três testes antidoping com um intervalo de 21 dias entre cada exame.
Por se tratar de um exame de antidoping, os atletas não poderiam ser avisados de maneira prévia sobre o teste ou se voluntariar, de modo que teriam que esperar a convocação surpresa da Agência Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD). Em nota, a instituição alegou que a CBAt indicou um grupo prioritário para os testes, com um total de 102 atletas e que Max e Lívia realizaram dois exames de urina e um de sangue fora de competições, além de um teste de urina em competições.
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O intervalo entre os testes é questionado pela Associação Internacional de Atletismo, conhecida como World Athletics, afirma que os testes surpresa precisariam ter ocorrido no intervalo de 21 dias entre setembro de 2023 e o último dia 4 de julho.
A CBAt tentou recorrer com a World Athletics, mas o retorno foi negativo, de modo que o último recurso possível é a Corte Arbitral de Esporte.
Na análise do advogado Marcelo Franklin, especialista em direito desportivo e doping no Brasil em entrevista ao Globo Esporte, os atletas não podem ser "punidos" por um erro que não foi executado por eles.
"Estou acionando o CAS para reverter essa injustiça praticada pela AIU/WA (Athletics Integrity Unit) contra os atletas Lívia, Max e Hygor. A própria AIU/WA poderia tê-los testado fora de competição, mas não o fez. Qual é a culpa dos atletas por não terem sido suficientemente testados fora de competição? Eles não podem se testar. Se eles não têm culpa alguma, como podem ser excluídos sumariamente dos Jogos Olímpicos, para os quais se classificaram idoneamente nas pistas?", questionou o profissional.