Jiu-jitsu: por que esporte não é olímpico? Entenda
Em meio a novas modalidades sendo adicionadas ao evento, não há perspectivas que o Jiu-jitsu seja uma delas. Entenda o motivo
06:00 | Jul. 01, 2024
Desde as Olimpíadas Rio 2016, novos esportes têm ganhado espaço no evento como o surfe, o skate, caratê e o mais recente, o breaking. Diante das novidades, praticantes e entusiastas do Jiu-Jitsu, esporte popular no Brasil, questionam se o esporte estará nos Jogos Olímpicos algum dia.
A resposta para essa pergunta é complexa — e os especialistas insistem na opção negativa.
A modalidade é regida por várias federações, com regras que não são simples de entender apenas assistindo a uma competição. Ao mesmo tempo, a elevação esporte olímpico também impactaria as academias que treinam os atletas.
Saiba por que o jiu-jitsu não é um esporte olímpico.
Como são escolhidos os esportes que irão para as Olimpíadas?
A organização que rege os Jogos Olímpicos é o Comitê Olímpico Internacional (COI), responsável por “promover o esporte na sociedade, fortalecendo a integridade do esporte e apoiando atletas limpos e outras organizações desportivas”.
O COI analisa quais esportes podem ser acrescentados às modalidades olímpicas. As regras para que uma atividade esportiva se torne um esporte olímpico são:
- Ser praticado em 75 países e 4 continentes por homens;
- Ser praticado em 40 países e 3 continentes por mulheres;
- Ser regido por uma única entidade em escala global, a direção de uma entidade internacional.
No caso do jiu-jitsu, não é fácil delimitar que ele cumpre as duas primeiras, já que ele não cumpre a terceira regra. Ou seja, não há uma federação internacional responsável por aplicar as regras do esporte para as federações menores.
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Por que o Jiu-jitsu não é um esporte olímpico?
Um dos impedimentos é que as confederações e federações do Jiu-jitsu divergem em várias questões da modalidade. Regras como vestimenta, cores dos quimonos, cores de faixa e regras de golpes são diferentes conforme o local onde é praticado.
Além disso, cada federação promove seu próprio campeonato. Assim, não há campeão ou campeã mundial de Jiu-jitsu.
As principais federações no Brasil são: a Confederação Brasileira de Jiu Jitsu (CBJJ), a Confederação Brasileira de Jiu Jitsu Esportivo (CBJJE), a Confederação Brasileira de Jiu Jitsu Olímpico (CBJJO) e a Confederação Brasileira de Jiu Jitsu Desportivo (CBJJD).
No exterior, a Federação de Jiu Jitsu dos Emirados Árabes Unidos e a Federação Internacional de Jiu Jitsu Brasileiro são as mais conhecidas.
Jiu-jitsu: regras do esporte possuem muitas variações
Muitos fãs que acompanham os esportes olímpicos entendem de regras e pontuações, ou buscam se informar durante uma competição. Porém, alguns espectadores procuram entender sobre uma partida enquanto assistem.
No Jiu-jitsu, não é fácil entender as regras. A luta é definida por pontuações acumuladas pelos atletas.
Quando há empate, por exemplo, às vezes não é possível entender como as vitórias são definidas. Isso não estimula o COI a inserir o esporte nas Olimpíadas.
Jiu-jitsu: donos de academias não defendem que o esporte se torne olímpico
Outro ponto destacado pelos profissionais sobre o Jiu-jitsu se tornar um esporte olímpico é que muitos atletas têm o esporte como fonte de renda, já que não contam com patrocínio ou conquistas de campeonatos.
Caso o Jiu-jitsu se torne um esporte olímpico, algumas academias poderiam ser prejudicadas, já que o próprio governo abriria centros de treinamentos gratuitos.
É o que defendeu Roger Gracie, símbolo do Jiu-jitsu Brasileiro e decacampeão mundial na faixa preta, em entrevista para um canal do YouTube sobre a modalidade.