Medalha olímpica: saiba história, quanto custa e curiosidades
Cada medalha olímpica e paralímpica de Paris é incrustada com um pedaço de ferro original da Torre Eiffel, maior símbolo da cidade sede da competiçãoOs Jogos Olímpicos de verão voltam a Paris 100 anos depois da última edição realizada na cidade. Para comemorar o marco, o comitê organizador estabeleceu uma parceria com a joalheria e relojoaria Chaumet para criar o design das medalhas.
A empresa faz parte da holding LVMH, especialista em artigos de luxo e proprietária de outras marcas como Louis Vuitton, Givenchy e Chandon.
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Com tanta sofisticação envolvida, surge a dúvida de quanto custa para produzir as medalhas. Conheça a seguir a história do prêmio esportivo, o seu valor de produção e quanto ela pode valer para o atleta.
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As medalhas olímpicas são realmente de ouro?
Nos primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, realizados na cidade de Atenas, em 1896, o vencedor recebia um ramo de oliveira e uma medalha de prata. James B. Connolly, de Massachusetts, Estados Unidos, foi o primeiro campeão olímpico moderno a receber esse prêmio.
Somente nos Jogos Olímpicos de Saint Louis, em 1904, medalhas de ouro, prata e bronze foram concedidas para o primeiro, segundo e terceiro lugares.
Com exceção das medalhas dos eventos equestres de 1956, as medalhas dos Jogos Olímpicos foram padronizadas a partir de 1928. De um lado, havia o desenho tradicional da deusa da vitória, segurando uma palma na mão esquerda e uma coroa de vencedor na mão direita. Do outro, um campeão olímpico era carregado triunfalmente pela multidão, com um estádio olímpico ao fundo.
Regulamentadas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), as medalhas devem exibir a deusa grega da vitória, o emblema olímpico, o nome completo dos Jogos em questão, o nome do esporte ou disciplina em questão.
Além disso, elas devem refletir a aparência visual, além de elementos culturais e estéticos selecionados pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos (OCOG). As medalhas dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, por exemplo, combinavam metal com jade.
Mas assim como as primeiras concedidas, até hoje, as medalhas de ouro olímpicas são feitas principalmente de prata, com apenas uma pequena porcentagem de ouro.
O COI estabeleceu regras para a produção e o design das medalhas olímpicas. Suas matérias-primas são especificadas como:
- Primeiro lugar (medalha de ouro): composto principalmente de prata com pureza de pelo menos 92,5% e banhado com pelo menos 6 gramas de ouro puro
- Segundo lugar (medalha de prata): composto de prata com pureza de pelo menos 92,5%
- Terceiro lugar (medalha de bronze): composto de bronze, uma liga feita principalmente de cobre e outro metal, como estanho ou zinco.
Quanto valem as medalhas olímpicas de Paris 2024?
As medalhas das Olimpíadas de Paris apresentam um diferencial local importante. Os designers da Chaumet conseguiram inserir, na parte frontal, uma peça hexagonal de 18g de aço feita inteiramente com peças retiradas da Torre Eiffel.
Cada medalha pesa cerca de 530 gramas e tem o símbolo dos jogos e os anéis olímpicos cravados, além de seis botões de ouro cravejados.
O outro lado da medalha olímpica traz a deusa da vitória, a Acrópole de Atenas e a Torre Eiffel ao redor do hexágono de ferro, com a intenção de mostrar “o brilho da França no mundo e o brilho dos atletas nos Jogos”, nas palavras do Comitê Olímpico Internacional.
Para descobrir quanto a medalha olímpica de ouro pode valer, O POVO verificou a cotação dos materiais brutos e fez as contas. Se hoje o prêmio do primeiro lugar fosse derretido, ou decomposto em seus materiais principais poderia valer R$ 5.343,05.
Entenda o cálculo
Medalha de Ouro de 530 gramas, sendo:
- 6g de ouro (R$ 2652,56 na cotação de Nova Iorque em 14/06)
- 18g de aço (R$ 100, na cotação de Paris em 14/06)
- 506g de prata (R$ 2590,49 na cotação de Nova Iorque em 14/06)
- Totalizando: R$ 5.343,05
Medalha de Prata de 530 gramas, sendo:
- 512g de prata (R$ 2621,26 na cotação de Nova Iorque em 14/06)
- 18g de aço (R$ 100, na cotação de Paris em 14/06)
- Totalizando: R$ 2721,26
Medalha de Bronze de 530 gramas, sendo:
- 512g de liga de cobre (R$ 32, na cotação de Nova Iorque em 14/06)
- 18g de aço (R$ 100, na cotação de Paris em 14/06)
- Totalizando: R$ 132,00
Por que os atletas olímpicos mordem suas medalhas?
Você já deve ter notado que os atletas olímpicos não apenas exibem suas medalhas quando as recebem, mas também é um hábito comum ver os campeões mordendo o prêmio.
A principal razão pela qual os atletas fazem isso é, na verdade, bem simples: é uma ótima pose para as câmeras.
“Tornou-se uma obsessão para os fotógrafos”, disse David Wallechinsky, presidente da Sociedade Internacional de Historiadores Olímpicos, em entrevista durante os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.
“Acho que eles veem isso como uma foto icônica, como algo que provavelmente você pode vender. Não creio que seja algo que os atletas provavelmente fariam sozinhos”, acrescentou
Há também uma raiz histórica envolvida. Morder moedas já foi algo que as pessoas faziam para ver se eram de ouro verdadeiro ou apenas um metal mais barato com banho de ouro.
Como o ouro é mais macio e maleável do que outros metais, uma mordida no ouro maciço autêntico deixaria uma marca. No entanto, isto não funcionaria com as medalhas olímpicas de hoje.
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Os campeões olímpicos guardam suas medalhas?
Alguns atletas olímpicos optam por guardar suas medalhas e exibi-las em suas casas, enquanto outros encontram locais exclusivos para esconder os prêmios.
O nadador Michael Phelps, o atleta olímpico mais condecorado de todos os tempos, disse a Anderson Cooper, da CNN americana após as Olimpíadas de Pequim de 2008, que guarda suas medalhas de ouro embrulhadas em uma camiseta em um estojo de maquiagem de viagem.
Já a esquiadora Mikaela Shiffrin disse à NBC após as Olimpíadas de inverno PyeongChang 2018 que guarda suas medalhas na gaveta de meias. A jogadora de futebol Christie Pearce admitiu ter escondido suas medalhas no último lugar que pensou que alguém iria procurar: entre suas panelas e frigideiras.
Com o passar do tempo, as medalhas podem aumentar de valor, muito mais pelo que representam do que pelos materiais em si. Vender o prêmio pode se tornar uma opção.
Foi o caso de Bob Beamon, medalha de ouro do salto em distância do nos Jogos Olímpicos de 1968. O atleta leiloou sua medalha em fevereiro deste ano por 441.000 dólares.