Olimpíada de Tóquio: Arthur Nory desabafa sobre ataques e cita depressão
Atleta não conseguiu nota suficiente para avançar à fase final e comentou sobre os ataques sofridos nas redes sociais, relacionadas a ato racista em 2015Campeão mundial na barra fixa, o ginasta brasileiro Arthur Nory, que era candidato à medalha em Tóquio, desabafou após se apresentar neste sábado, 24, na Olimpíada. Ele não conseguiu nota suficiente para avançar à fase final e comentou sobre os ataques sofridos nas redes sociais, relacionadas ao ato racista do atleta em 2015 envolvendo o ginasta Ângelo Assumpção.
Nory ressaltou que o resultado ruim não tem relação com os xingamentos, mas falou sobre a situação. "Eu tive muito medo, fiquei muito acuado para tudo. Eu estou abrindo meu coração de verdade. Tudo o que aconteceu na minha história desde o episódio de racismo de 2015, que vem à tona sempre que eu apareço. Então é um processo de amadurecimento diário, de entender e melhorar. A gente tem que buscar esses erros e melhorar. Assim como no esporte. Mas, no esporte, essa chance é só de quatro em quatro anos. Mas é aprender com isso e melhorar. Para Paris, fazer diferente", afirmou em entrevista ao repórter Carlos Gil, da TV Globo.
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Ele ainda comentou sobre os ataques em entrevista posterior aos jornalistas de veículos escritos, na sala de imprensa. "Não foi por isso, chega um momento que... Eu sempre tive muito medo, muito medo, desde o episódio do racismo, medo de falar, medo de assumir, medo de tudo. Fico sempre acuado, pensando em colocar o sorriso no rosto, brigando comigo para isso. E nestes últimos anos vêm isso muito forte, e no momento que você desabafa, assume, vem muita paulada. Venho tomando muita paulada agora e não vou mais me esconder. Vou assumir essa responsabilidade. É procurar melhorar todos dias", disse o ginasta.
Bronze na Rio-2016, o atleta revelou também que sofreu com depressão e síndrome de burnout. "Foi ano difícil, tive burnout, depressão, tive que parar um tempo, voltar, focar na barra. E estou aqui em mais uma Olimpíada. Atleta, ser humano, a gente erra. Treinei bastante, foi um ano complicado, mas eu me entreguei. Fui até o fim brigando, ajudando a equipe no que eu podia."
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