Prefeitura do Rio encerra projeto de construção de autódromo de Fórmula 1

O local serviria de substituto para Interlagos, em São Paulo, atual sede brasileira na modalidade

19:05 | Fev. 01, 2021

Por: AFP
Projeto do autódromo do Rio de Janeiro para a Formula 1 (foto: Reprodução)

A Prefeitura do Rio de Janeiro informou nesta segunda-feira, 1º, que desistiu da construção de um polêmico autódromo para substituir o circuito de Fórmula 1 de Interlagos, em São Paulo, e que planeja inaugurar uma unidade de preservação ambiental naquela área.

A criação na Floresta do Camboatá, na zona oeste do Rio, de um novo circuito para o Grande Prêmio do Brasil, havia sido adiada inicialmente em função de laudos ecológicos negativos e da pandemia do coronavírus. Em novembro passado, a F1 estendeu o contrato com Interlagos até 2025.

Já a administração do novo prefeito do Rio, Eduardo Paes, que assumiu no dia 1º de janeiro, praticamente enterrou o projeto.

Na última sexta-feira, a Prefeitura pediu ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea) "ofício que pede o arquivamento do processo, do qual é titular, de licenciamento da construção do Autódromo Internacional do Rio, na Floresta do Camboatá, na Zona Oeste da capital". "Precisamos falar em recuperar espaços verdes, e não destruí-los", acrescenta.

"Como o processo foi conduzido pela Prefeitura, estamos dizendo formalmente que ele não terá prosseguimento", disse um funcionário da Prefeitura à AFP.

A Floresta do Camboatá, de 160 hectares, "abriga 146 espécies da flora, das quais 14 estão ameaçadas de extinção, além de 150 de pássaros e 19 de mamíferos", elencou no documento o secretário de Meio Ambiente da prefeitura, Eduardo Cavaliere.

A construção de um circuito de F1 no Rio era apoiada pelo prefeito anterior, Marcelo Crivella, e pelo presidente Jair Bolsonaro.

A empresa Rio Motorpark havia vencido a licitação para a construção do autódromo em maio de 2019. Bolsonaro garantiu naquele mesmo mês que as obras durariam "de seis a sete meses" e que seriam inauguradas com o GP de 2020.

A renovação do contrato com Interlagos foi anunciada em novembro pelo governador de São Paulo, João Doria, adversário político do Bolsonaro.

A pista paulistana recebe os GPs ininterruptamente desde 1990, com exceção de 2020, em que a prova foi suspensa devido à pandemia.

Anteriormente, a etapa foi realizada no Rio em 1979 e entre 1981 e 1989, antes de voltar a Interlagos, que sediou suas primeiras corridas a partir de 1972.