Super Bowl 54 deve ser marcado pelo confronto entre a individualidade e o coletivo
San Francisco 49ers e Kansas City Chiefs buscam acabar com jejuns de títulos da NFL na centésima edição da liga
19:27 | Jan. 31, 2020
Um dos momentos mais aguardados pelos amantes de esporte pelo mundo está próximo. O Super Bowl 54 acontece no próximo domingo, 2, às 20h30min, no Hard Rock Stadium, em Miami, e põe San Francisco 49ers (campeão da NFC) e Kansas City Chiefs (Campeão da AFC) na luta pelo título da temporada 2019 da NFL, a centésima da história da liga, iniciada em 1919. Enquanto os 49ers não vencem o Super Bowl há 25 anos, os Chiefs estão em um jejum de 50 anos. O embate colocará o enorme talento individual do quarterback do time de Kansas City, Patrick Mahomes, em conflito com o forte equilíbrio coletivo da franquia de San Francisco.
O Super Bowl é um dos eventos esportivos mais importantes do mundo. Um anúncio comercial no intervalo da partida final da NFL custa US$ 5,2 milhões. Além disso, a audiência pelo mundo sempre é gigantesca e já chegou a ter média de 114,4 milhões de telespectadores, na edição de 2015.
Além da disputa esportiva, o show de intervalo sempre traz surpresas para quem está acompanhando. Desde 1993, no Super Bowl 27, que o intervalo do jogo traz um grande artista para entreter o público. Naquele ano Michael Jackson foi o pioneiro. Em 2019, Maroon 5, Travis Scott e Big Boi foram as atrações. O Super Bowl de 2020 contará com Shakira e Jennifer Lopez, cantoras pop de origem latina.
San Francisco 49ers
A campanha do San Francisco 49ers, do treinador principal Kyle Shanahan, foi de alto nível desde a temporada regular. A equipe foi líder geral da NFL, com 13 vitórias e três derrotas. Além disso, ataque e defesa funcionaram com muita qualidade. Os 49ers ficaram em segundo lugar em média de pontos marcados (29,9) e em média de jardas corridas (144,1). Defensivamente, foi a segunda equipe que menos cedeu jardas para o adversário em média (281,8) e a terceira no total de fumbles forçados (33).
O alto nível foi mantido para os playoffs, quando a franquia de San Francisco passou com certa tranquilidade por Minnesota Vikings (27 a 10) e Green Bay Packers (37 a 20). Além disso, os 49ers estão na pós-temporada em segundo na média de pontos (32), primeiro em média de jardas corridas (235,5) e em primeiro no tempo médio de posse de bola (33:37).
Se o ataque foi bem, a defesa foi excelente nos playoffs. Os 49ers lideram em total de sacks (9), total de interceptações (3), total de fumbles forçados (7), média de jardas cedidas (252,5), média de pontos cedidos (15) e média de jardas terrestres cedidas (41,5).
Esses ótimos números passam por desempenhos individuais acima da média. O running back Raheem Mostert (líder em touchdowns e em pontos nos playoffs) e o defensive end calouro Nick Bosa (terceiro em sacks nos playoffs) estão fazendo a diferença para a equipe californiana.
Ofensivamente, os 49ers apostam bastante em um jogo terrestre forte, com quase todas as chamadas sendo focadas em corridas. O quarterback do time, Jimmy Garoppolo, é pouco acionado. Isso se reflete no baixo número médio de jardas passadas na pós-temporada (95,5), a pior marca do recorte.
Kansas City Chiefs
Do outro lado, o Kansas City Chiefs fez uma temporada regular inconstante, apesar do acúmulo de 12 vitórias e quatro derrotas. Essa irregularidade passou pela contusão do quarterback Patrick Mahomes, que perdeu parte de uma partida e mais dois jogos por causa de uma lesão no joelho. Apesar disso, o desempenho ofensivo dos Chiefs foi satisfatório na temporada regular, pois a equipe foi a quinta melhor em média de pontos (28,2), sexta em média de jardas (379,2) e quinta em jardas passadas (281,1). A defesa não conseguiu ter bom desempenho, sendo uma das piores em média de jardas corridas cedidas (128,2), por exemplo.
Porém, o desempenho dos Chiefs nos playoffs melhoraram consideravelmente. A equipe de Kansas City passou por Houston Texans (51 a 31) e por Tennessee Titans (35 a 24). Mahomes liderou seu time à liderança em média de pontos (42) e em first downs (56) nos playoffs, além de ter deixado a equipe em segundo lugar em média de jardas passadas (419).
O quarterback de 24 anos também é o líder de passes para touchdown (8) dos playoffs e está em segundo em total de jardas passadas (615). Seu desempenho é potencializado pelo bom time de recebedores dos Chiefs, que tem nomes como o do tight end Travis Kelce (primeiro em touchdowns recebidos dos playoffs), o wide receiver Sammy Watkins (segundo em média de jardas por recepção), além do running back Damien Williams, que é líder dos playoffs em touchdowns (4).
Para vencer o Super Bowl, os Chiefs devem se preocupar bastante em proteger seu quarterback, algo que passa pela linha ofensiva, para que ele tenha tempo e espaço para lançar corretamente e, consequentemente, deixar o desempenho ofensivo de sua equipe muito positivo. Isso é fundamental, tendo em vista o grande número de pontos que a equipe de Kansas City normalmente sofre em seus jogos. Uma partida jogada dessa maneira aumentariam as chances do treinador principal dos Chiefs, Andy Reid, conquistar seu primeiro Super Bowl, após várias participações em playoffs, por Philadelphia Eagles e Kansas City.