Com crise de segurança no Ceará, UFC em Fortaleza dividirá o uso do CFO com Força Nacional

A situação ocorre devido a maior crise de segurança pública e mais duradoura (13 dias) na história do Estado

19:13 | Jan. 15, 2019

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A terceira edição do Ultimate Fighting Championship (UFC) em Fortaleza, marcada para o dia 2 de fevereiro, terá que dividir o espaço do Centro de Formação Olímpica com o efetivo da tropa federal da Força Nacional. A situação ocorre devido a maior crise de segurança pública e mais duradoura (13 dias) na história do Ceará, com o registro de quase 200 ataques e 400 presos.

A informação sobre o uso dividido do equipamento foi divulgada pelo Blog do Marcel Rizzo, do UOL, e confirmada pelo Esportes O POVO. Apesar do inesperado início de ataques no Estado, principalmente em Fortaleza, o cronograma do evento não sofreu alterações. A nova edição do UFC na Capital cearense foi anunciada em outubro do ano passado.

"Só fizemos uma adequação para atender a necessidade do evento do UFC. A Força Nacional está alojada nos alojamentos e em algumas salas administrativas. Não vai interferir de forma considerável na organização do evento, que vai ser conduzido dentro da normalidade", explicou o novo secretário de Esportes do Ceará, Rogério Pinheiro, que substitui Euler Barbosa no posto.

%2b UFC divulga pôster oficial da edição em Fortaleza

Cerca de 400 homens da Força Nacional estão alocados no CFO, que possui um alojamento para abrigar até 248 pessoas. A tropa federal desembarcou no Estado após autorização do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, para reforçar a segurança diante dos ataques.

Desde a chegada do efetivo federal, o CFO não recebeu eventos esportivos profissionais. O Basquete Cearense, que tem mandado seus jogos no local, precisou disputar suas partidas no ginásio Paulo Sarasate. Conforme o blog do UOL, serão colocadas divisórias para limitar o espaço que poderá ser usado pela organização do UFC.

EQUIPAMENTO REGULARIZADO
Alvo de pedido de interdição por parte do Ministério Público do Ceará (MPCE), o Centro de Formação Olímpico teve sua situação regularizada no fim de 2018, após operar durante quatro anos de forma irregular. O equipamento não tinha dois documentos fundamentais para a sua operação: Habite-se e alvará de funcionamento.

Inaugurado de forma parcial em 2014, o CFO é o maior equipamento esportivo do País. Para a construção da estrutura de mais de 85 mil m², foi feito um investimento acima de R$ 250 milhões.

O caso de irregularidade só veio à tona após reportagem exclusiva do O POVOdivulgar, no início de dezembro do ano passado, a situação do equipamento. Logo em seguida, o CFO passou a ser alvo de investigação do MPCE. 

Para engenheiros e arquitetos do setor privado ouvidos pelo O POVO, sem a documentação (Habite-se e alvará de funcionamento) nenhuma obra pode ser liberada para operar. Desde a primeira matéria sobre o caso, a Secretaria do Esporte do Estado (Sesporte), até então sob o comando de Euler Barbosa, negou qualquer tipo de irregularidade.