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Homem fantasia se despede da São Silvestre com ?desfile? no percurso

Ser o foco das atenções. Foi com essa realidade que Lúcio Monteiro, de 46 anos, se acostumou a disputar a Corrida Internacional de São Silvestre nas últimas duas décadas. O dentista goiano, conhecido pelas irreverentes fantasias com as quais compete, se prepara neste ano para a sua última participação na tradicional prova paulistana, encerrando um [?]
11:30 | Dez. 29, 2017
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Ser o foco das atenções. Foi com essa realidade que Lúcio Monteiro, de 46 anos, se acostumou a disputar a Corrida Internacional de São Silvestre nas últimas duas décadas. O dentista goiano, conhecido pelas irreverentes fantasias com as quais compete, se prepara neste ano para a sua última participação na tradicional prova paulistana, encerrando um ciclo de 20 edições como um dos mais descontraídos entre a multidão de atletas.

Ao longo de 19 participações, Lúcio Monteiro colecionou uma série de fantasias. Entre as vestimentas estão disfarces como o de Santos Dumont, Barack Obama, Chapolin, Super-Homem e até mesmo a tocha olímpica. Com o tempo, estar presente na prova, o que era considerado um sonho para o dentista de 46 anos, se tornou costume. Porém, inicialmente, o propósito era ser apenas mais um entre os milhares de competidores.

?Antes da minha primeira São Silvestre um dos meus amigos da faculdade disse para eu dar um jeito de eles me verem lá. Ele perguntou: ?Por que não vai de Super-Homem??. Fiquei meio receoso, não queria atrapalhar meu rendimento. Ele falou para eu vestir uma capa curta, com uma bermuda, para eu não perder muito tempo na prova, então fui de Super-Homem. Na época, tinha no máximo dez fantasiados, fui quase o pioneiro?, lembrou Lúcio à Gazeta Esportiva.

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Com a chegada a São Paulo prevista para esta sexta-feira, o goiano aguarda ansiosamente para ser ovacionado da mesma maneira que em sua primeira participação, quando o público ainda não estava acostumado a ver alegorias durante a prova. O amor pelo atletismo é tamanho que após se vestir de tocha olímpica na São Silvestre, Lúcio Monteiro fez questão de estar presente nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e entregar uma réplica de Usain Bolt feita por um artista plástico de Goiânia pessoalmente ao jamaicano.

Para encerrar sua trajetória na São Silvestre, o dentista de 46 anos organizou para a 93ª edição uma verdadeira comitiva. Suas 19 fantasias usadas nos anos em que competiu voltarão às ruas de São Paulo em 2017, no corpo de amigos que toparam acompanhá-lo em seu adeus à prova. Para não atrapalhar o restante dos competidores, o grupo deverá se enfileirar, criando um mini bloco de carnaval fora de época, conforme foi planejado.

?Só de falar já fico com o coração na mão. Isso virou tradição na minha vida, motivo de muita alegria. Os pacientes e a família já perguntam o que eu vou vestir no ano que vem. Como tudo na vida tem um ciclo, disse que ia parar na 20ª edição. Agora com os cabelos brancos, envolvi a família toda em prol da São Silvestre?, disse o goiano antes de apontar um dos principais motivos para resolver parar. ?Ano passado surgiu a oportunidade de passarmos o réveillon em Orlando [EUA], topei, mas quando minha mulher me lembrou que tinha a São Silvestre, não abri mão da prova. Estou parando para dedicar mais tempo à família?.

Após a corrida deste domingo, Lúcio mal terá tempo para curtir seus últimos momentos fantasiado em plena Av. Paulista. Com retorno para Goiânia programado para o mesmo dia, o dentista terá de lidar com uma nova correria, desta vez para assegurar sua presença na festa de fim de ano dos familiares. Cada vez mais próximo da despedida daquilo que um dia foi seu sonho, ele já sabe o que mais vai estranhar na ?aposentadoria?.

?Quando assistir à prova pela TV na próxima vez, vou ficar emocionado por não estar lá. Não sei como vai ser. Geralmente os temas das minhas fantasias são escolhidos no segundo semestre para ver se há algum tema mundial. O que eu vou sentir mais falta é da elaboração da fantasia, da criação de um tema. Quando alguém me perguntar qual será a minha próxima fantasia, sem saber que eu parei, vai ser doloroso ter de falar que eu parei?, finalizou.

 

Gazeta Esportiva

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