Jericoacoara tem fim de semana como centro mundial de wingfoil; conheça o esporte
Última etapa da Copa do Mundo de wingfoil, a Jeri Wingfoil Cup, reúne 58 atletas de 17 países para definir quem são os melhores atletas radicais do mundo
17:34 | Dez. 11, 2024
Por cinco dias, o paraíso de Jericoacoara, em Jijoca de Jericoacoara (a 282 quilômetros de Fortaleza), parou para acompanhar um campeonato mundial de modalidade que nem todo mundo conhece: a Wingfoil Cup. No total, 58 atletas se reuniram na Vila Kalango para competir pelo título de melhor do mundo no esporte aquático movido a vento, na Jeri Wingfoil Cup.
O esporte, que precisa de tempo limpo para ser praticado com segurança, tem no Ceará um bom cenário para prática, assim como modalidades como windsurfe e kitesurfe, mais enraizados no litoral local. A imprevisibilidade das chuvas de dezembro, porém, atrasaram o início da disputa. Na sexta-feira, 6, as condições climáticas da região não permitiram que ocorressem disputas.
No sábado, contudo, a situação foi diferente e trouxe alívio aos competidores — majoritariamente estrangeiros. As condições estavam perfeitas para o wingfoil e para a decisão do campeão mundial.
Na categoria masculina, o polonês Kamil Manowiecki venceu a etapa de Jeri, seguido pelo italiano Francisco Capuzzo e pelo francês Mathis Ghio, que completaram o pódio. Apesar da vitória de Manowiecki na etapa, no geral, o título mundial ficou com Mathis Ghio, que confirmou seu favoritismo ao conquistar seu terceiro campeonato.
Entre as mulheres, a grande estrela foi a espanhola Nia Suardiaz. Ela brilhou tanto na etapa cearense quanto na classificação geral do campeonato mundial, sagrando-se a melhor atleta feminina de wingfoil do mundo.
Organizador da Jeri Wingfoil Cup e sócio da Vila Kalango, Paolo Piatti comentou sobre o sucesso do evento e os desafios de sua realização.
"Cada ano é melhor, com mais velejadores. Temos 58 participantes de 17 países diferentes, sendo 18 mulheres. Isso me enche de orgulho. Não há muitos eventos esportivos no Brasil com esse perfil", destacou.
Paolo também ressaltou a relevância de trazer, mais uma vez, o wingfoil para Jericoacoara, evidenciando sua paixão pelo estado do Ceará.
"Foram cinco dias de evento. Contamos com o apoio de muitas empresas, mas precisamos de mais parceiros para consolidar de vez este projeto. O investimento é alto, não vou negar, mas fazemos isso por amor ao esporte, a Jeri e ao Ceará", afirmou.
Ele ainda elogiou a dedicação dos colaboradores locais: "O que faz a diferença são os nossos funcionários, que são cearenses. Eles nos dão um retorno incrível. Nesta semana, trabalharam muito, mas sempre com um sorriso no rosto."
Além dos atletas que disputaram o título, o evento contou com a presença de uma lenda do esporte brasileiro: Robert Scheidt. O ex-velejador, segundo maior medalhista olímpico do Brasil, com cinco medalhas — sendo duas de ouro —, compartilhou sua impressão sobre o Jeri Wingfoil Cup.
"Foi um campeonato maravilhoso em Jeri. É a primeira vez que venho e me arrependo de não ter vindo antes. O evento é muito bem organizado pela Vila Kalango. Este é um lugar especial para sediar uma competição como essa: temos vento, sol e um mar perfeito para velejar", declarou.
O que é wingfoil?
O wingfoil é um esporte aquático que combina elementos do windsurfe, kitesurfe e do surfe. Nele, o praticante utiliza uma prancha equipada com um foil — uma espécie de quilha alongada que funciona como uma asa submersa — e uma vela portátil, chamada de wing (asa, em inglês), que é segurada pelas mãos.
A principal característica do wingfoil é a sensação de "voar" sobre a água, proporcionada pelo foil que eleva a prancha acima da superfície, reduzindo o atrito e aumentando a velocidade.
O equipamento leve e compacto facilita a mobilidade e a prática, tornando-o acessível tanto para iniciantes quanto para atletas experientes. Além disso, a vela wing não está presa à prancha, permitindo maior liberdade de movimento e mais controle durante as manobra
*O repórter viajou a convite do evento