Condenado pela morte do pai de Michael Jordan pode ser solto após 28 anos

Laudo usado para determinar culpa de Daniel Green foi inclusivo, segundo investigação, e juiz responsável pela condenação peticionou a libertação condicional de Daniel Green

O juiz Gregory Weeks apresentou à Justiça um pedido de liberdade para um dos condenados pelo assassinato do pai do ex-astro do basquete da NBA, Michael Jordan. James Jordan foi morto em 1993, em Lumberton, Carolina do Norte, Estados Unidos. Daniel Green e Larry Demery foram presos em 1996.

A reviravolta se dá após um analista forense atestar que uma substância semelhante a sangue encontrada dentro do carro onde Jordan estava quando foi morto pode não ser sangue de Green. As informações são da ABC News.

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Durante o julgamento, os funcionários públicos disseram que Green e Demery — ambos com 18 anos à época — teriam matado Jordan em 23 de julho de 1993, durante um assalto sem sucesso. A petição de Weeks, apresentada nessa terça-feira, 15, solicita a libertação do homem que ele mesmo condenou à prisão perpétua.

Há 28 anos, os promotores argumentaram que a vítima estava dormindo no banco do passageiro do próprio carro, estacionado numa rodovia, quando Green teria caminhado até o veículo e atirado nele. Larry Demery, co-réu de Green, imputou o amigo de ter puxado o gatilho. Eles acusaram um ao outro.

Entretanto, o laboratório nunca revelou que outros testes feitos dentro do automóvel deram negativo ou foram inconclusivos para sangue. Weeks diz estar assombrado há quase três décadas.

As autoridades localizaram o corpo de James Jordan menos de duas semanas depois em um pântano na Carolina do Sul, a 96 quilômetros do carro abandonado, no Condado de Robeson, Carolina do Norte.

O condenado Green, hoje com 49 anos de idade, cumpre pena perpétua na Southern Correctional Institution. “O juiz que presidiu o meu julgamento pedir para eu ser libertado condicionalmente é significativo. Isto diz muito sobre este caso e estou extremamente grato”, disse à ABC News por telefone da penitenciária.

Segundo um porta-voz do Departamento de Correção de Adultos do estado americano, a deliberação durará pelo menos um mês sobre a concessão de liberdade condicional ao detento. Weeks esperará a decisão para comentar o caso.

Green relatou ao jornal americano que no dia do crime estava em um churrasco com Demery. Ao voltar de uma negociação de drogas, Demory teria pedido ajuda para se livrar de um corpo. Ele admite ter auxiliado no transporte do cadáver, mas nega ter matado Jordan.

Em carta, o condenado indica viver com remorso, dor e sofrimento. Além de lastimar o dano das próprias ações à família Jordan.

"Ele era minha rocha. Éramos muito próximos. Constantemente me dava conselhos", declarou Michael Jordan no documentário da ESPN The Last Dance de 2020. A relação dos dois foi retratada no filme de 2023 Air: A História Por Trás do Logo.

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