Bronze de fisiculturista: por que competidores pintam o corpo?

Descubra o papel essencial do bronzeamento nas competições de fisiculturismo, desde esconder cicatrizes e estrias até deixar os músculos mais definidos

23:22 | Jun. 26, 2024

Por: Mateus Mota/ especial para O POVO
Fisiculturista exibe músculos e corpo bronzeado no evento multiesportivo Arnold (foto: Adriano Ishibashi/iFrame)

Músculos salientes, abdominais esculpidos e veias que saltam são as três características mais evidentes nos corpos de fisiculturistas. Resultado de rotinas intensas de treino e uma dieta que propicia a hipertrofia muscular, o tônus quase impossível é o que vai determinar quão bem-sucedido o atleta foi.

Mas outra característica visual desperta a curiosidade dos espectadores de competições como o Mr. Olympia: o bronzeado. Por que os bodybuilders estão sempre tão bronzeados e brilhantes nas apresentações?

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Por que fisiculturistas usam bronzeamento artificial?

Embora possa parecer apenas uma escolha cosmética, a aparência “queimada” dos atletas é muito mais funcional. A primeira função da cor mais escura da pele é ressaltar os músculos.

Isso porque a cor ajuda a criar uma ilusão de músculos mais proeminentes. A cor escura do bronzeado ajuda a realçar a separação entre os músculos e acentua os contornos, tornando-os tão tonificados e definidos quanto possível.

Bronzeamento cria a ilusão de um perfil mais fino 

Os fisiculturistas podem passar anos reduzindo a gordura corporal e aumentando os pesos na academia para garantir que seus músculos fiquem visíveis mesmo quando não estão flexionados.

Um tom de pele mais escuro ajuda os fisiculturistas a parecerem ainda mais magros, já que o contraste atrai o olhar para dentro, em direção aos músculos oblíquos e transversos do abdômen.

Bronzeamento cobre estrias

Qualquer treinamento com pesos, como levantar halteres, faz com que os músculos aumentem de tamanho. Muitas vezes, isso pode resultar na criação de estrias sob a superfície da pele.

E muitos fisiculturistas têm estrias nos tríceps, bíceps e ombros após períodos intensivos de treinamento com pesos antes de competições e campeonatos.

Um bronzeado sem sol ajuda a cobrir essas marcas e outras manchas ao uniformizar o tom da pele. Uma pele equilibrada parece atraente sob as luzes da competição e garante que todos os olhos estejam na definição muscular, em vez de em quaisquer cicatrizes e manchas.

Bronzeamento artificial: Federação de Fisiculturismo estabelece normas 

A Federação Internacional de Fisiculturismo (IFBB) estabelece regras muito bem definidas sobre a coloração corporal dos competidores. Não é permitido o uso de bronzeadores que possam ser limpos.

Ou seja, o bronzeador não pode desaparecer simplesmente esfregando, do contrário, o atleta não poderá entrar no palco. Brilhos, purpurina, pérolas metálicas brilhantes ou coloração dourada também são proibidos. 

A coloração corporal artificial e produtos autobronzeadores podem ser usados. Os métodos de bronzeamento profissional mais usados na competição são pinturas com aerógrafo e bronzeamento por spray de cabine. Os competidores do IFBB Brasil podem contratar empresas profissionais e pessoal qualificado.

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Bronzeamento artificial: pode usar câmara de bronzeamento?

As regras do IFBB não estipulam nem desencorajam o uso de outros processos de bronzeamento. Mas, vale ressaltar que, no Brasil, as câmaras de bronzeamento artificial que usam radiação ultravioleta são proibidas desde 2009 por determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

“Existem estudos comprovando o risco associado entre a exposição às câmaras de bronzeamento artificial e o desenvolvimento de câncer de pele, especialmente em pacientes que iniciam essa prática cedo e a mantém por períodos prolongados. Além disso, a radiação utilizada pode causar manchas e fotoenvelhecimento”, explica a médica dermatologista Louise Teixeira. 

As técnicas mais usadas têm em comum um ingrediente ativo chamado di-hidroxiacetona (DHA), que reage com a camada superior da pele para criar um tom bronzeado temporário.