FIA proíbe pilotos de realizarem manifestações "políticas e religiosas" sem autorização
A definição veio logo depois de Lewis Hamilton usar uma camisa pedindo a prisão dos policiais responsáveis pelo assassinato de Breonna Taylor, uma mulher negra que foi morta à tiros após oficiais entrarem na casa dela em busca do ex-namorado
19:25 | Dez. 20, 2022
A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) publicou uma atualização no Código Esportivo Internacional que, a partir de 2023, proíbe pilotos de realizarem manifestações políticas, religiosas e pessoais sem a autorização prévia da organização.
O artigo 12.2.1 do novo código esportivo afirma que violará as regras “a realização e exibição geral de declarações ou comentários políticos, religiosos e pessoais que estejam claramente violando o princípio geral de neutralidade promovido pela FIA em seus estatutos, a menos que previamente aprovados por escrito pela FIA para competições internacionais ou pela ASN (Autoridade Esportiva Nacional), para competições internacionais dentro da sua jurisdição”.
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A Fórmula 1, principal categoria gerida pela FIA, tem tido cada vez mais manifestações de cunho político vindos de pilotos do grid. Nomes como Lewis Hamilton e Sebastian Vettel se manifestaram várias vezes a favor de causas sociais e, no caso do alemão, ambientais.
A tentativa da FIA de impedir manifestações políticas não começou com o novo código desportivo de 2023. Em setembro deste ano, a organização proibiu que os pilotos usem camisetas por cima dos macacões ao subirem no pódio, tornando obrigatório o uso da vestimenta de corrida fechada até o pescoço durante as premiações.
A definição veio logo depois de Lewis Hamilton usar uma camisa pedindo a prisão dos policiais responsáveis pelo assassinato de Breonna Taylor, uma mulher negra que foi morta à tiros após oficiais entrarem na casa dela em busca do ex-namorado. Assim como com George Floyd, o caso foi um estopim para manifestações do movimento antirracista "Black Lives Matter".
Sebastian Vettel também é conhecido por, além dos quatro títulos da Fórmula 1, se manifestar constantemente a favor de algumas causas. Em junho, o alemão protestou contra a extração de petróleo no GP do Canadá. Antes disso, o piloto já havia protestado diversas vezes, como no GP da Arábia Saudita, quando usou um tênis com as cores do arco-íris, símbolo LGBTQIA+. O país proíbe a homossexualidade, que pode chegar a ser punida com execução.