Medalhista olímpica, Bia Ferreira tem data marcada para estreia no boxe profissional

Definida para o dia 12 de novembro, a estreia da boxeadora será com a sua compatriota, Taynna Cardoso, na arena Rocket Mortgage FieldHouse, em Cleveland, e será transmitida ao vivo

10:02 | Out. 25, 2022

Por: Fabiana Melo
Beatriz Ferreira soma 36 pódios em 37 torneios internacionais. São 95 lutas amadoras, com 86 vitórias e nove derrotas. (foto: Jonne Roriz/COB)

Com estreia definida para novembro no boxe profissional, a medalhista olímpica, Beatriz Ferreira, enfrenta a também brasileira Taynna Cardoso no sábado, 12 de novembro. O evento vai acontecer na arena Rocket Mortgage FieldHouse, em Cleveland e a luta será transmitida ao vivo no DAZN.

“Mal posso esperar para sentir a vibração e a energia de lutar, agora como uma boxeadora profissional. Ansiosa para começar minha jornada rumo ao título mundial!”, disse Ferreira.

Há mais de oito anos competindo no esporte, Beatriz Ferreira sabe o tamanho e o peso de uma estreia no boxe profissional, mas tem se preparado para o grande dia. Com treinos diários, a preparação tem sido realizada no Centro de Treinamento da equipe Olímpica permanente de boxe, junto com o seu treinador Mateus Alves.

“Estou muito empolgada com o novo desafio, venho me dedicando muito nos treinos e me preparando ao máximo pra poder fazer uma boa estreia nesse novo desafio. Quero representar bem meu país, representar as meninas e mostrar e mostrar que a gente tem boxe bom”, disse a atleta sobre a sua primeira luta no boxe profissional.

Sua adversária na estreia

Taynna Cardoso, brasileira natural de Jundiaí, tem um cartel de cinco lutas e cinco vitórias, sendo apenas uma por nocaute. Enquanto Beatriz Ferreira, que é campeã mundial de boxe, busca sua primeira vitória no profissional, Taynna Cardoso, por sua vez, está invicta na carreira e pode engatar o sexto triunfo no ringue.

Trajetória de Beatriz Ferreira

Com o pai de treinador e com a mãe como fã número um, Beatriz Ferreira já nasceu com o boxe em seu sangue e não demorou a vestir as luvas. Seu pai, Raimundo Ferreira, conhecido como Sergipe, foi tricampeão baiano e bicampeão brasileiro.

Dono de uma academia, perguntou à filha, aos quatro anos, se desejava aprender a lutar. Entusiasmada, a garota aceitou, aprendeu alguns golpes e de lá para cá nunca mais parou, só melhorou.

Em 2004, a família toda se mudou para Juiz de Fora, Minas Gerais, pois seu pai foi chamado para dar aulas de boxe. Lá, Beatriz começou a ser lapidada como boxeadora e teve seus primeiros bons resultados, mesmo sem dinheiro para viajar e disputar as competições.

Ainda que sua evolução no esporte fosse rápida e clara, manteve-se em um “regime fechado” por cerca de nove anos. O problema nem era ela, mas sim a falta de competições femininas e oponentes em sua categoria.

Passada essas adversidades, Beatriz Ferreira começou a competir e, hoje, recebe uma remuneração da Confederação Brasileira de Boxe, da Marinha do Brasil, do governo federal e de patrocinadores e vai continuar pelo menos até a Olimpíada de Paris, quando vai tentar a conquista inédita do ouro olímpico para o boxe feminino do Brasil.

A atleta é a primeira atleta do país a estar em uma carreira híbrida, no boxe olímpico e profissional, pois apenas em 2016 foi possível que os boxeadores tivessem carreira híbrida, ou seja, serem profissionais e lutarem nos Jogos Olímpicos.

Ao longo da carreira, Beatriz Ferreira soma 36 pódios em 37 torneios internacionais. São 95 lutas amadoras, com 86 vitórias e nove derrotas.