Campeã brasileira, cearense Marina Lima disputará jogos Pan-Americanos Universitários

Ao Esportes O POVO, a jovem contou como o esporte foi determinante para seu desenvolvimento pessoal e comentou sobre as expectativas para a disputa da competição internacional, que acontece entre os dias 14 a 26 de outubro, na cidade de Mérida, no México

Com uma carreira promissora no esporte, a cearense Marina Lima vem se destacando no xadrez. Já detentora de quatro títulos estaduais na modalidade e campeã brasileira sub-20, começa a dar os primeiros passos na carreira internacional. A estudante de 19 anos irá representar o Brasil nos Jogos Pan-Americanos Universitários 2022. A competição acontece entre os dias 14 a 26 de outubro, na cidade de Mérida, no México.

Marina Lima disputou no início deste mês os Jogos Sul-Americanos Universitários, em Assunção, Paraguai. Contra jogadoras experientes, conseguiu o sexto lugar na categoria blitz (relâmpago). Esta foi a primeira competição internacional da cearense, que começa a se destacar fora do Brasil. A jovem conta que foi convidada para torneios mundiais na Bélgica e no Chile, entretanto, não conseguiu apoio financeiro.

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“Agora, vou viajar para o México para disputar o Pan-Americano Universitário. Eu também fui convidada para disputar na Bélgica do Mundial Universitário e também no Chile, mas infelizmente, eu não tinha apoio para esses últimos dois”, pontua. A universitária foi convocada para os Jogos Pan-Americanos Universitários ao conquistar medalha de prata nas seletivas, que ocorreram em maio, em Rio Verde, Goiás.

O esporte foi um divisor de águas na carreira da jovem. Superando a timidez e a ansiedade, encontrou motivação no xadrez. Em entrevista ao Esportes O POVO, contou como a prática da modalidade foi determinante para seu desenvolvimento pessoal. A enxadrista também falou de sua trajetória e comentou sobre as expectativas para a disputa da competição internacional.

“O esporte, na minha vida, foi extremamente importante. Me ajudou com a minha ansiedade, me ajudou a conquistar um lugar de importância na minha escola, consegui bolsa. Ajudou na faculdade. Me ajudou a fazer amizades porque antes eu era uma pessoa muito tímida, muito retraída e com o xadrez eu comecei a ficar mais extrovertida, a ter menos medo de fazer amizades. Boa parte do meu ensino médio foi jogando xadrez, estudando para viajar para as competições. Aos poucos comecei a melhorar no xadrez. Eu fiz primeiro competições nacionais de idade, depois eu consegui jogar torneios mais fortes pelo Nordeste”, conta.

Trajetória no xadrez

Marina Lima começou a demonstrar suas habilidades no xadrez ainda aos dez anos de idade. Ela conta que começou a jogar por influência de uma amiga e, que aos poucos, foi se aprimorando até começar a ter destaque na modalidade.

“Eu comecei a jogar xadrez porque a minha melhor amiga jogava. Eu conheci o centro de xadrez do Farias Brito. Comecei a ter aulas duas vezes por semana. Conforme eu fui jogando, eu fui aprendendo xadrez. Tem um evento que é a Copinha FB. São pessoas separadas por idade. Eu joguei por categoria. Eu comecei a me dar muito bem, mesmo com pouco tempo. Já consegui destaque feminino. Já consegui três pontos no primeiro torneio. Eu comecei a gostar dessas competições e jogar cada vez mais”, relata.

Aluna do curso de Direito do Centro Universitário Farias Brito, começou a disputar campeonatos maiores no âmbito universitário. Ainda nos Jogos Universitários da Juventude (JUBs), foi terceiro lugar, além de ter conquistado a medalha de prata nas seletivas internacionais. Também sagrou-se campeã pelo Festival Nacional da Juventude sub-20, vice-campeã no torneio Norte-Nordeste amador e conquistou prata e bronze nos Jogos Escolares.

A maior conquista da carreira foi o campeonato nacional sub-20. Atualmente é a número 1 do Estado, campeã cearense nas categorias blitz (relâmpago), rápido e pensado. O xadrez pensado tem mais de uma hora de duração, enquanto as outras categorias podem durar a partir de 15 minutos.

Expectativas para os Jogos Pan-Americanos Universitários

Marina Lima destacou a dificuldade do torneio, uma vez que enfrentará competidoras mais experientes.“Para o Pan-Americano, as expectativas são sempre as melhores. Vou chegar mostrando meu melhor, mostrando as minha preparação. Vou chegar com muito ânimo porque vai ser minha primeira competição internacional na categoria pensada. Eu joguei no rápido (nos Jogos Sul-Americanos) e agora eu vou jogar em um ritmo mais longo. São 1h30min mais 30 segundos para cada lance. Vai ser um torneio difícil porque as meninas têm muito mais experiência do que eu. Elas têm mais prática, já jogaram outros Universitários, Pan-Americanos e Mundiais. Eu sei que vai ser um torneio difícil”, ressaltou.

Ciente da qualidade das adversárias, a enxadrista, entretanto, reforçou que a perspectiva é de encerrar a competição, pelo menos, no meio da tabela, mas não descartou a possibilidade de pódio. “Tenho expectativa de conseguir pelo menos 50% do torneio. Pódio, eu sei que é difícil, é possível claro, mas eu sei que é difícil pela experiência das meninas. Eu vou dar o meu melhor. Vou me concentrar nas partidas, me preparar, usando computadores, com meus professores. Eu sei que é um torneio bem puxado, vão ser quatro dias de competição, em um ritmo longo, a viagem também vai ser cansativa. Mas, tenho certeza que vou aprender bastante”, finalizou.

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